quinta-feira, dezembro 30, 2004

Portugal Ano 2010

'Ligou para o 111, serviço de emergência nacional... Está em situação de vida ou de morte? Diga sim, ou não.'

Homem com um pedaço de carne entalado na garganta sem conseguir respirar, ou falar.

'Lamentamos, mas não entendemos a sua resposta. Está em situação de vida ou de morte? Diga sim, ou não.'

Homem com um pedaço de carne entalado na garganta sem conseguir respirar, ou falar.

'Por favor, escolha uma opção: está em caso de vida ou de morte? Diga sim, ou não'

Homem com um pedaço de carne entalado na garganta sem conseguir respirar, ou falar, desmaiado no chão.

'Em virtude de não termos obtido qualquer resposta, depreendemos que esteja sem vida. Deseja um serviço fúnebre? Diga sim, ou não.'

Homem com um pedaço de carne entalado na garganta sem conseguir respirar, ou falar, sem vida, no chão.

'Lamentamos, mas não entendemos a sua resposta. Deseja um serviço fúnebre? Diga sim, ou não.'

...

'Em virtude de não termos obtido qualquer resposta, solicitamos que desligue o telefone, pois a sua chamada pode estar a impedir que cheguem outras emergências...'

...

'Em virtude de não termos obtido qualquer resposta, informamos que esta chamada irá desligar-se automaticamente em 5, 4, 3, 2, 1, segundos...'

pi pi pi pi pi

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Morbidices

Numa lápide:

'Viveu para as aparências e aparentemente morreu'

O Espanto da Oração

Ainda não percebi bem, se o que espanta mais as pessoas, é o facto de milhares de jovens portugueses aderirem tão pronta e abertamente a jornadas de oração, em demonstração de fé, se é precisamente o facto de repararem na necessidade que esta gente tem de acreditar em alguma coisa e ter, precisamente, na Igreja Católica, a resposta a esta necessidade.

O que eu considero verdadeiramente curioso é a forma como os mais novos vivem a religião, acreditando piamente nela e aderindo de forma tão espontânea a algo que para muitos de nós, parece falso, ou pelo menos hipócrita.

A verdade é que a Igreja Católica que alguns viam como a desaparecer sob o seu próprio peso e os seus próprios erros, ganhou sangue novo. Cabe-lhe a Ela, adaptar-se a esta nova realidade.

Muita desta gente nova que vai frequentemente à missa, muitos deles integrados em grupos católicos, vêm a religião de uma forma diferente daquela que nos foi apresentada e aos nossos pais. É uma forma mais saudável, a muitos deles é-lhes permitido gostar ou não gostar de certa oração, de viver a sua religiosidade de forma mais livre.

O que está aqui não é se é errado ou não ser católico e acreditar na Igreja. A meu ver, mais do que nunca, esta gente que aparece a seguir a nós, precisa de acreditar nalguma coisa. Principalmente porque a sociedade em que vivemos tem muito pouco para oferecer.

Pelo menos o facto de abraçarem uma religião, ou um credo, permite que tenham mais espiritualidade, ou valores espirituais.

A meu ver, cabe agora à Igreja livrar-se de certos preconceitos. Ela própria se adaptar à realidade em que vivemos. Perceber que o uso do preservativo não é pecar contra Deus, mas sim, proteger muito mais do que uma vida. Perceber que certos dogmas não se encaixam no século XXI porque a religião continuou arreigada às suas verdades, mas a vida das pessoas seguiu um outro rumo. Está mais do que na altura da Igreja assumir o papel de guia espiritual, em vez de regulador social. O Reino de Deus está nos Céus. A vida do Homem está na Terra.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Sob o signo do ofiúco...

Os astrónomos acrescentaram ao mapa do céu um 13º signo, o ofiúco. Já em Corto Maltese se falava deste ofiúco, a serpente...

Mas mais curioso ainda, é o facto desta constelação ser percorrida por uma brisa estelar.


A Constelação do ofiúco em Nasa.gov, atentem à imagem da serpente que o homem tem nos braços.

Ao que parece são do signo do ofiúco todos os que nascem entre 30 de Novembro e 17 de Dezembro.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Um Bom Natal

A todos sem diferenciações de credo, raça ou sexo.

O frio aperta, começou o Inverno. Parece-me que este vai ser bem gelado. Estou contente. Gosto de natais assim. Gosto de Invernos assim.

O Cão

O Cão viveu por dois anos em casa de um casal. Adivinho que terá sido estimado, pois está bem tratado e é muito simpático e dócil, pelo que não parece ter sido maltratado.

O casal com quem o Cão vivia, teve um filho e o Cão foi posto na rua, deixado numa casota, preso. O Cão foi recolhido por uma senhora que não o pode manter, e que está a tentar que seja adoptado por uma nova família.

Pergunto-me se, por ventura, este casal tiver outro filho, se porá o que teve primeiro na rua.

terça-feira, dezembro 21, 2004

E de Repente...

Sem sequer sair do país, consigo, por circunstâncias que a mim me ultrpassam (e em todos os sentidos) ficar ausente da realidade. Sem notícias, sem contacto com o mundo, sem saber o que se passa ou o que deixa de passar..

Já entrámos em 2005?

segunda-feira, dezembro 13, 2004

A demissão do Governo será uma operação de vitimização?

Não... que disparate. Nem consta que alguém do Executivo saiba operar...

Agora, quanto a retórica, pois a conversa já é outra... andou aí alguém a estudar muito atentamente o Julius Caesar, de Shakespeare.

domingo, dezembro 12, 2004

Confusão

Para o ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar, a dissolução do parlamento acontece «no preciso momento em que o país ganhava estabilidade»

Por favor, alguém me pode dizer em que país é que estamos? Depois desta declaração, acho que estou noutro país...

Ai!

Portas critica decisão de Sampaio e fala de pressões

Ai! Queres ver que o Gomes da Silva esteve metido nisto?

Obviamente, demite-se

Mas quero deixa claro, aqui, que a culpa não é minha! A culpa é dos tios, do irmãos mais velhos que dão pontapés, também é do presidente, e já agora também é desta época em que as pessoas permitem que este género de situações se dê! Fosse no Carnaval, a ver se me deixavam ir embora! Qual!

Já disse que a culpa é do Pai Natal? Ainda não... pois a culpa é do Pai Natal! E se estivéssemos na Páscoa era do coelhinho!

E já agora, a culpa também é sua!

Grande Revelação

A verdadeira grande revelação, foi a iluminação do Terreiro do Paço, que ainda não tinha visto. Se no Rossio, a ideia é ajudar as pessoas a descobrirem se são epiléticas, ou o que o seu estômago aguenta, já o Terreiro do Paço (ao contrário do que disse anteriormente) é que é o verdadeiro monumento à situação nacional: tudo às escuras, com uns focos que iluminam aqui e ali, mudando de cor e umas estranhas transparências com uns sininhos e a desejar boas festas em várias línguas.

Mas na verdade, eu é que devo ter mau gosto. A estrangeirada acha muita piada...

quinta-feira, dezembro 09, 2004

The Magnetic Fields

Ideal para ouvir nestes entardeceres gelados de Outono.

It's Only Time

Why would I stop loving you
a hundred years from now?
It's only time.
It's only time.

What could stop this beating heart
once it's made a vow?
It's only time.
It's only time.

If rain won't change your mind,
let it fall.
The rain won't change my heart
at all.

Lock this chain
around my hand,
throw away the key.
It's only time.
It's only time.

Years falling
like grains of sand
mean nothing to me.
It's only time.
It's only time.

If snow won't change your mind
let it fall.
The snow won't change my heart,
not at all.

(I'll walk your lands)
I'll walk your lands
(And swim your sea)
And swim your sea

Marry me.
Marry me.

(Then in your hands)
Then in your hands
(I will be free)
I will be free

Marry me.
Marry me.

Why would I stop loving you
a hundred years from now?

Isto é Festa Todos os dias!

O PSD quer as eleições para depois do Carnaval.

Nada como manter o espírito festivo!

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Teorias da Conspiração

Se Camões não tem perdido o olho em Ceuta, teria concebido Os Lusíadas?

terça-feira, dezembro 07, 2004

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Proclamação dos Direitos do Toxicodependente

'..E as pessoas pensam que os arrumadores de carro são uns corruptos, mas não é verdade! Eu sei estar! E cumprimento as pessoas! E lá porque arrumo carros, não quer dizer que não saiba estar!'

Ainda Andei muito pouco por esse mundo fora...

Só conheço 5% do planeta.



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Imagens

Magnífico o anúncio do American Express


in American Express


Vale a pena partilhar.

domingo, dezembro 05, 2004

País das Celebridades

Na Quinta das Celebridades, a Cinha saiu. Não sei porque razão, nem me interessa. Talvez seja uma forma de demonstração de apoio ao seu ex-marido: 'Se não terminas, eu também não!'

sábado, dezembro 04, 2004

Afinal a Vida também parte o coração:

Não sei o que se passou, não sei. Segunda Feira falámos tão bem, parecia que estava tudo sobre rodas, e de repente, chega a quarta feira e acontece isto. Não sei o que fiz, não sei porque me faz isto. Olha não sei... pergunta-lhe. Pode ser que fiques a perceber alguma coisa... quanto a mim...

quinta-feira, dezembro 02, 2004

As Ironias do Destino

Possivelmente estaria escrito algures que para Portugal a retoma ainda ira demorar a chegar.

Não é inacreditável que um Governo seja dissolvido por mau trabalho. Afinal, não é isso que se passa nas empresas? Não somos nós despedidos por não cumprirmos os objectivos?

Diz-se que quatro meses é muito pouco tempo para se dar provas de um bom serviço. Mas em quatro meses andou a trocar-se de secretários de Estado, de Ministros, a desdizerem-se ministros uns pelos outros, a criar instabilidade nas pessoas. E acima de tudo: medo.

Medo pelo falta de estabilidade, medo pela falta de segurança, medo pela falta de confiança.

Pode argumentar-se que na devida altura, a única alternativa de Jorge Sampaio era manter a proposta de Durão Barroso e aceitar o Governo. Pode pensar-se que se têm havido eleições antecipadas, que então este Governo venceria.

Moral da história: todos os caminhos vão dar a Roma. Mas Roma, na altura da queda do império.

Durante quanto mais tempo vamos viver esta situação de 'chove não molha'? Até novas eleições, três meses, até o novo Governo começar a exercer outro tanto. Até lá, o país vai ficando de molho...

Pode ser que depois disto, surja uma solução mais viável. Que as pessoas exijam soluções mais sérias e com resultados, sob pena de, se não o fizermos, voltarmos a ver o nosso país a desaparecer, novamente, sob vagas de imigração.

Só há uma ressalva... o país não ficava vazio e todos os imigrantes ilegais poderiam, finalmente, legalizar a sua situação...

Às tantas, há males que vêm para bem...

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Acabou-se o Recreio

É favor voltar para a sala de aula e manter o silêncio, até chegar um responsável que possa continuar a dar a lição.

Obrigada.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Federico Garcia Lorca

Apeteceu-me, esta quinta feira

INTERIOR
Ni quiero ser poeta,
ni galante.
¡Sábanas blancas donde te desmayes!

No conoces el sueño
ni el resplandor del día.
Como los calamares,
ciegas desnuda en tinta de perfume.
Carmen.

Vê-se que se está a aproximar o Natal...

Começou o julgamento da Casa Pia

O túnel do Marquês vai avançar

Houve remodelação no Governo

Tanta falta de fé... onde vamos parar?

quarta-feira, novembro 24, 2004

Natal é Tempo de Amor e Caridade

Aproxima-se a época mais temível, em que nos obrigam, através de uma brilhante e subreptícia chantagem psicológica, a ser solidários, carinhosos, até mesmo generosos.

Nesta época, na compra dos brinquedos de Natal para os putos, estamos a contribuir para associações de que muitos de nós nunca ouviram falar.

Nesta época, não custa nada contribuir para as obras de Santa Igrácia. Com a sua ajuda podemos fazer muito.

Nesta época lembram-se de apelar ao espírito Cristão que faz do Natal um momento tão belo e harmonioso.

Nesta época, e porque é esta época, em que a malta recebeu um subsídio (e não são todos), toca de aproveitar.

A solidariedade, é como a esperança, é o sentimento mais maquiavélico que existe. Porque obriga a que as pessoas se responsabilizem por situações cuja responsabilidade não é delas, pelas quais pouco podem fazer, e pior, com as quais não têm qualquer obrigação, têm apenas boa vontade.

Eu pago as talhadas dos meus impostos todos os anos, portanto, eu pago para viver. Eu pago para comer, para me vestir, para poder ter luz e água.

O meu ordenado dá mal e porcamente para viver, e mesmo assim, ainda consigo ajudar os outros. Quem leva um quilo de arroz, leva dois para o banco alimentar da fome. Se dizem que contribuem com um euro pelas compras que faço não sei onde, pois vai-se lá em vez de se ir a outro sítio. Estou a ajudar pessoas que não conheço, estou. Se me sinto uma pessoa melhor por isso? Não. Acho que tenho esse dever. Apesar de saber perfeitamente, que não posso carregar nos ombros essa responsabilidade. Porque entre não ter para dar e guardar aquilo que tenho, eu tenho mais que guardar aquilo que tenho, porque eu não estou nos números das associações e instituições de ajuda social. Ainda.

E assim modela-se tudo pelo baixo. Os que têm pouco dão aos que não têm nada, para que esses tenham um mínimo. E ficamos todos contentes, porque passou mais um Natal e ninguém ficou verdadeiramente melhor. Só mais aliviado.

terça-feira, novembro 23, 2004

Estive na Baixa

E apanhei um susto com a iluminação dita de Natal, no Rossio, na Rua Augusta e nos Paços do Concelho.

É certo que a situação do país está feia. Mas não era preciso demonstrá-la nas luzes.


Uns cigarrinhos

O ministro da Saúde confirmou a possibilidade de a Tabaqueira ser processada judicialmente caso se confirme a presença do pesticida dealdrina nos lotes de tabaco SG Ventil e SG Filtro.

«Se os resultados das análises forem positivos, houve uma violação da lei portuguesa. A substância em causa é proibida por uma directiva da União Europeia», afirmou Luís Filipe Pereira, na segunda-feira, no Porto.


Só uma dúvida: se não fizéssemos parta da UE, a substância em causa nos cigarros, já era legal?

Tudo ao Parlamento

Muito se tem visitado o Parlamento ultimamente...

segunda-feira, novembro 22, 2004

TV in Memoriam

Ao que parece a RTP memorável vai anunciar programas 'novos' para Dezembro. Tudo aponta para que possamos nos regalar novamente com o TV Rural e o saudoso engenheiro Sousa Veloso, e o 70x7. Às 20h, será passado o telejornal a partir de 1980.

domingo, novembro 21, 2004

Fenómenos Sociais

Um dos fenómenos sociais portugueses que deveria ser matéria de apurado estudo, uma vez que atinge qualquer camada etária do nosso povo, de qualqur sexo, mas só e apenas aqueles que utilizam os transportes públicos (pois de outra maneira seria impossível dar-se) é aquele que leva a que dois ou mais portugueses que estejam na conversa, entrem no mesmo transporte público, que pode estar vazio, se sentem em bancos diferentes, a distância também influi bastante para este assunto e continuem a falar entre eles (dependedo da distância, depende o tom de voz), sobre os mais variados assuntos.

Mas é algo a que pelos vistos todos estão habituados, pois se chegar alguém para ocupar o lugar vazio ao lado dos conversadores, eles não se propõem juntar, para continuar a falar, não, permitem que outra pessoa se sente ali e ala de continuar a cavaquear.

Existirá algum estudo efectuado sobre isto?


quinta-feira, novembro 18, 2004

A científica já não é bem ficção...

A strikingly bright feature that is consistent with an active geology has been seen in one of Cassini's first radar images of Saturn's moon Titan. There are many possibilities for what it is but one of the leading candidates is that it may be a 'cryovolcanic' flow or 'ice volcano'.


Titã in Planetary Photojournal


Um vulcão de gelo...

Quinta-Feira

Hoje é dia de música. Hoje é dia de Magnetic Fields

If There's Such a Thing as Love

Now the clock is striking one
So we might as well begin it,
As there's dancing to be done
And our time is not infinite.

If there's such a thing as love,
If there's such a thing as love,
I'm in it.

So you claim you love me too,
Lloyd's of London guarantee it.
Gaze into these eyes of blue,
You do love me I decree it.

If there's such a thing as love,
If there's such a thing as love,
Give me it.

When i was two and a half,
My momma said to me:
"Love is funny you will laugh
'Til the day you turn three."

Like a kitten up a tree
Needs a fireman to rescue it,
So your fireman i will be
And i'll really get into it.

If there's such a thing as love,
(such a thing as love)
If there's such a thing as love,
Let's do it.

I thought i'd known love before
That was not it but I thought it
So I thought i'd win the war
Or I never would have fought it

If there's such a thing as love,
(such a thing as love)
If there's such a thing as love,
I've caught it.
if there's such a thing as love,
(such a thing as love)
if there's such a thing as love,
I've caught it.
If there's such a thing as love,
(such a thing as love)
If there's such a thing as love,
Love caught it.

The Magnetic Fields


Brilhante!!

Obrigada quarto.

A Iniciação

O mundo é vasto... se olharmos em redor, encontramos sempre alguém que nos apresenta a alguma coisa de que nunca ouvimos falar, ou mesmo que tenhamos ouvido, não conhecemos.

Poder-se-ia chamar a isto a 'Gratidão de se Estar Vivo'? Porque a cada dia que passa nos enriquecemos mais como pessoas, se estivermos atentos o suficiente para descobrir coisas novas. Nem que seja o vitral na vizinha, que só demos por ele, porque o sol esta manhã incidiu directamente sobre ele...

E depois há aqueles que nos levam por novos caminhos. Que nos mostram, até, pequenos atalhos nas estradas menos previsíveis.

Se isto fosse uma noite de óscares tinha uma grande lista de pessoas a quem agradecer. Mas mesmo que fosse, não a leria. Cada uma dessas pessoas sabe bem a quem me refiro e pelo que agradeço.

A iniciação na vida, não começa quando nascemos, ou demos os primeiros passos, ou dissemos a primeira palavra. A iniciação na vida começa e recomeça, sempre que descobrimos alguma coisa nova e ficamos maravilhados.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Uma boa Noticia ainda por chegar

O caminho para a descoberta de uma vacina para a Sida está mais perto. Um grupo de investigadores franceses anunciou ter produzido com êxito anticorpos capazes de bloquear, em laboratório, a infecção de células humanas (linfócitos) por diferentes estirpes do vírus da Sida.

A notícia é boa, sem dúvida. Só que até chegar a vacina, e pergunto-me quão democrática será a sua distribuição, há um problema de base que deve ser resolvido. Não é esperar pela vacina, é fazer algo pela prevenção.

Neste país os problemas resolvem-se pelo seu ignorar. Não se fala, porquê, deste assunto? Porque é que só muito esporadicamente aparecem anúncios na tv a chamar a atenção para este assunto?

Sendo a televisão um dos meios de comunicação que mais chega às pessoas, devia ser obrigatório em todos os canais haver um espaço de divulgação pública, para que as pessoas não se alheiem da realidade. Encarem o que se passa. Quando encararem, mais rapidamente começam a trabalhar para evitar certos males.

O que é que se passa, ao fugirmos do assunto? Não o encararmos? Vemos a camada jovem da sociedade estar a ser infectada, sem que se faça alguma coisa.

Os grupos de risco estão a modificar-se. Já não são tão facilmente identificáveis. Está mais do que na altura de abrir os olhos para a realidade e assumir que se tem um problema sério entre mãos. E cuja primeira solução é apelar para a prevenção. Lembrar constantemente as pessoas dos riscos que correm. Fazer prevenção em talões? É piada? Mas deve ser da cerveja preta, porque é de um humor profundamente negro.

Hoje é dia Não

Não fumarás! Não prejudicarás a tua saúde! Não gastarás dinheiro em porcarias! ah, não, não, espera... pode gastar-se dinheiro em porcarias... até se deve...

O Governo prepara-se para proibir o consumo de tabaco em vários locais públicos: restaurantes, bares, diversas unidades de saúde, locais de trabalho, instituições para idosos e nos meios de transporte.

E na rua, pode fumar-se?

Esta dos transportes é inédita... há muito tempo que é proibido fumar nos transportes público (excepto em alguns comboios)

Não era mais simples tornar ilegal o consumo de tabaco? Ou isso não interessa?

Digo eu, que já nem sequer fumo.

O meu Coração É Verde


in irish rugby


Grande jogo!

Irlanda - 17

África do Sul - 12

segunda-feira, novembro 15, 2004

«Se não é a Atlântida, então o que é?»


Um investigador norte-americano diz ter encontrado a cidade perdida da Atlântida a 1500 metros de profundidade entre Chipre e a Síria, muito embora haja outros investigadores que tenham dúvidas sobre este achado.

Passem para cá 250 mil dólares, que eu já vos digo!

E se...?

Nem Romeu nem Julieta tivessem morrido naquela altura?

- Teriam os pais ganho algum senso e deixado os jovens casar?
- Teria Romeu sido condenado à morte por desviar uma jovem menor e pura?
- Ter-se-ia Romeu aborrecido de Julieta e vice-versa?
- Teria sido esta a escolha mais óbvia para Shakespeare? A mais fácil?

domingo, novembro 14, 2004

Grande Momento Cólturali

Músicas que fizeram história e a respectiva tradução...

Toda a gente tem que aprender alguma vez

Muda o teu coração, olha à tua volta
Muda o teu coração, vais surpreender-te
Eu preciso do teu amor, como da luz do sol
E toda a gente tem que aprender alguma vez
Toda a gente tem que aprender alguma vez
Toda a gente tem que aprender alguma vez

Muda o teu coração, olha à tua volta
Muda o teu coração, vais surpreender-te
Eu preciso do teu amor, como da luz do sol
E toda a gente tem que aprender alguma vez
Toda a gente tem que aprender alguma vez
Toda a gente tem que aprender alguma vez

Toda a gente tem que aprender alguma vez
Toda a gente tem que aprender alguma vez
Toda a gente tem que aprender alguma vez


Everybody's got to learn sometime
The Korgis

Hã??

Ou 8 ou 80

às vezes não custava nada um intermédio... não perder por tanto, nem ganhar por tanto..

que se lixe!


in Record.pt

Domingo Na Cidade

Lisboa, aos domingos, é quase uma cidade fantasma. Uma cidade fantasma? Não... apenas é preciso saber procurar nos sítios certos: se estiver bom tempo em Belém e no Parque das Nações. Se estiver mau tempo, em qualquer centro comercial (sendo que esta opção é também viável no bom tempo).

O que mais me entristece em Lisboa é a falta de oferta que existe ao Domingo. Os sítios onde uma pessoa se pode sentar para tomar um café, ler um livro, ou 'charlar' (como dizem os espanhóis - não me ocorre agora uma expressão portuguesa para 'conversar por conversar') com os amigos são poucos e caros.

Até a nível de restauração é complicado, fora de centros comerciais, encontrar sítios abertos.

É uma pena, numa cidade tão luminosa ter que nos enfiar em centros comerciais, porque nada está aberto.

É certo que a cidade ganha muito encanto com as suas ruas vazias, ou com poucas pessoas. Mas ganhava ainda mais se houvesse mais cafés e bares abertos, se houvesse alternativa e oferta, que não satisfizesse apenas os turistas.

sábado, novembro 13, 2004

Vamos falar de Pompitous of Love?


capa in Amazon.com


Também eu me rio, amo, peco e toco a minha música ao sol...

The Joker

Some people call me the space cowboy,
Some call me the gangster of love
Some people call me Maurice
Cause I speak of the pompitous of love

People talk about me, baby
Say I'm doin' you wrong, doin' you wrong
Well, don't you worry baby
Don't worry
Cause I'm right here, right here, right here, right here at home

Cause I'm a picker
I'm a grinner
I'm a lover
And I'm a sinner
I play my music in the sun

I'm a joker
I'm a smoker
I'm a midnight toker
I sure don't want to hurt no one

I'm a picker
I'm a grinner
I'm a lover
And I'm a sinner
I play my music in the sun

I'm a joker
I'm a smoker
I'm a midnight toker
I get my lovin' on the run

You're the cutest thing
That I ever did see
I really love your peaches
Want to shake your tree
Lovey-dovey, lovey-dovey, lovey-dovey all the time
oh baby, I'll sure show you a good time

Cause I'm a picker
I'm a grinner
I'm a lover
And I'm a sinner
I play my music in the sun

I'm a joker
I'm a smoker
I'm a midnight toker
I get my lovin' on the run

I'm a picker
I'm a grinner
I'm a lover
And I'm a sinner
I play my music in the sun

I'm a joker
I'm a smoker
I'm a midnight toker
I sure don't want to hurt no one

People keep talking about me baby
They say I'm doin' you wrong
Well don't you worry, don't worry, no don't worry mama
Cause I'm right here at home

You're the cutest thing I ever did see
Really love your peaches want to shake your tree
Lovey-dovey, lovey-dovey, lovey-dovey all the time
Come on baby and I'll show you a good time


Steve Miller

Questões Caseiras

Ainda me lembro de uma casa onde vivi, que tinha uma pia. Aliás, ainda em casa de pessoas que conheço, aqui em Lisboa, há pias. Por debaixo do lava-louças, prontas para se despejar qualquer coisa. Digamos, aqueles desperdícios, restos de sopa, águas sujas e por aí fora.

As pias, foram uma coisa que desapareceu das casas modernas. A meu ver, até faziam jeito. Porque hoje, quando não se tem onde se despejar é para a sanita que vai.

Peço perdão pela profunda ignorância, mas podia jurar que as pias acabavam por servir como o esgoto da casa. Aliás, hoje pede-se às pessoas para, por uma questão de tratamento de águas residuais, não deitarem para a sanita todos esses desperdícios.

Este é um post um bocado sujo. Mas, não havendo pia, para onde se deitam, então?

sexta-feira, novembro 12, 2004

Fogo no Gelo (ou Smoke on the Water)

Não há nada mais irritante que um lugar comum... verdades atribuídas ao senhor de La Palice, que até, pelos vistos,tem a fama sem nunca lhe ter tido o proveito. A fama tem destas coisas, nem sempre é justa, é apenas... um acaso do momento.

Tudo isto para ir dar à natureza e a tudo aquilo que ela pode fazer de mais assustador. Mas é dos sustos mais bonitos que se podem imaginar.


O vulcão Grímsvötn na Islândia (in Volcano World.com), teve a sua última erupção no passado dia 04 de Novembro.


Não é um espectáculo admirável?

quinta-feira, novembro 11, 2004

Apesar de ser Dia de S. Martinho

Tiro alguns minutos do meu muito atribulado tempo, para me lembrar que hoje é quinta feira. E porque a Vida de vez em quando devia dar-nos uns kit-kat, o poema de hoje é dedicado a todos aqueles que têm uma alma nómada, sempre inquietos por partir.

de O Dreams, O Destinations

To travel like a bird, lightly to view
Deserts where stone gods founder in the sand,
Ocean embraced in a white sleep with land;
To escape time, always to start anew.
To settle like a bird, make one devoted
Gesture of permanence upon the spray
Of shaken stars and autumns; in a bay
Beyond the crestfallen surges to have floated.
Each is our wish. Alas, the bird flies blind,
Hooded by a dark sense of destination:
Her weight on the glass calm leaves no impression,
Her home is soon a basketful of wind.
Travellers, we're fabric of the road we go;
We settle, but like feathers on time's flow.


Cecil Day-Lewis, 1904-1972

O Mundo como o Conhecemos

Novamente, o mundo está em mudança.

Sentíamo-nos seguros naquele 'tem-te não caias' que era a vida internacional. Um complexo enredo de políticas e guerras.

Depois veio o primeiro ataque terrorista e o mundo tremeu novamente. E em quatro anos, voltámos a arranjar forma de nos sentirmos seguros num 'seja o que Deus quiser'.

Mais uma vez o mundo está em mudança e mais uma vez sustemos a respiração.

É esta a história do mundo. Líderes caem, outros surgem. Ninguém é demasiado imortal, para não sucumbir. Só na memória e na história se encontra a imortalidade. E o mundo, esse, continuará inefável, na sua tarefa giratória.

Hoje é dia de S. Martinho, tragam as castanhas e a água-pé.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Uma Mensagem Americana

Pronto, se dizem eu acredito...

Sorry everybody...
Roubado à Papoila


Estão desculpados...

terça-feira, novembro 09, 2004

Ainda as Eleições Americanas

Uma americana escreve o blog Open Letter to the Democratic Party, no qual explica aos democratas porque não tiveram eles o voto dela. É interessante. É curioso.

'You didn't give me clear positions on the issues. I followed the news closely all through the campaign, but I still don't understand Kerry's position on Iraq.'

'Your constant references to the opinions of the rest of the world scared me, and I'm not talking about the "global test" comment. I don't care what Europeans think about me or my country. I learned in high school that living my life with one eye on the opinions of everyone else leads only to unnecessary turmoil and pointless pain. Why didn't you?'

'I don't think you really want my vote. I actively sought out your perspective. I tuned in regularly, for months, to your biggest media project, your serious effort to get your message out: Air America Radio. I listened all day on Good Friday as host after host mocked people like me for believing in Jesus's life, death, and resurrection. I listened as Janeane Garofalo, who was one of my favorite comedians for years, expressed hatred and disgust for Bush voters so vile that I ended my live stream feeling assaulted, as if I'd been vomited on. I listened the night that Mike Malloy told a young Republican to hang up the phone and go open a vein.'

Pode ser lido aqui

segunda-feira, novembro 08, 2004

Num País a Brincar

Ainda há escolas sem professores e professores sem escolas.

Um túnel que ajudava milhares de pessoas a chegarem aos seus empregos, vai estar fechado por tempo indefinido, não obstante os avisos de há décadas para uma possível situação destas.

A defesa recebe mais dinheiro do que a educação, porque no futuro não vão ser precisas pessoas instruídas.

As campanhas para a prevenção da SIDA não passam na televisão, nem na rádio, mas quem ganha ordenado é informado. O que tem lógica: quem ganha ordenado, tem dinheiro para comprar preservativos.

Ainda bem que vivemos num país a sério.

Sim Senhor!

BELO GOLO!!

Quando se fala tanto em isenção...

Devia exigir-se o mesmo aos árbitros e aos comentadores de futebol.

Assim se Começa a Semana

GNR reconhece erro ao multar taxista barbudo

Não percebo porque é que dizem que este é um país de sorumbáticos...

domingo, novembro 07, 2004

In The Mood For Love

Quizas, Quizas, Quizas.

Siempre que te pregunto
que cuando,como y donde
tu siempre me respondes

Quizas, Quizas, Quizas

Y asi pasan los dias
y yo desesperado,y Tu,Tu contestando

Quizas,Quizas,Quizas,

Estas perdiendo el tiempo,pensando,pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando
Y asi pasan los dias, y yo desesperado
y Tu,Tu contestando

Quizas, Quizas, Quizas.

Siempre que te pregunto
que cuando,como y donde
Tu siempre me respondes

Quizas,Quizas,Quizas

Estas perdiendo el tiempo,pensando,pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando

Estas perdiendo el tiempo,pensando,pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando
Y asi pasan los dias, y yo desesperado
y Tu,Tu contestando

Quizas, Quizas, Quizas.

Siempre que te pregunto
que cuando,como y donde
Tu siempre me respondes

Quizas, Quizas, Quizas.
Quizas, Quizas, Quizas.
Quizas, Quizas, Quizas.

Tanta Coisa Para Pensar e Para Escrever

Mas hoje é Domingo, está um dia radioso à minha espera e a convidar-me a sair. Na aparelhagem toca a banda sonora do 'Disponível para Amar' (In the mood for love) com o Nat King Cole a cantar 'aqueles ojos verdes' e o actor principal a falar em certas faixas...


In the Mood for Love in senseofcinema.com

Se fosse outro dia qualquer, até me ria... mas hoje... hoje apetece-me espreguiçar, desejar um bom domingo a todos e ir caçar pássaros para o jardim.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Uma questão de Gostos

Num final de tarde como este, consegui chegar mais cedo a casa. E descobrir que a casa estava vazia. As luzes apagadas. O Outono prega-nos muitas partidas, principalmente a de terminar o dia mais cedo do que o previsto.

Com tudo às escuras (e confesso o meu gosto por isso) cheguei à aparelhagem, liguei-a, e meti Stranglers a tocar. O mesmo cd de Stranglers, que agora ouço, o grupo que acho representa a essência do Outono, que me dá sempre vontade de ouvir nesta época. Não sei porquê. Há coisas que não se explicam.

E enquanto na aparelhagem os estranguladores me animavam com aquela música nostálgica, um profundo gemido saiu das entranhas da sala.

Congelei até ao fundo da alma. Não porque tivesse medo de fantasmas. Mas porque me lembrei, de repente, que o meu cão detesta Stranglers. E que é impossível ouvi-los, quando ao lado um cão começa a gemer e a uivar como só um cão sabe fazer.

Assim se foi a essência do Outono.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Peseiro's Revenge


in TSF.PT


Alguém mais bem informado que eu, fez-me ver que o jogo é na Segunda e não Domingo, como eu tinha escrito... fica aqui a correção. O que não muda o que quero dizer:
A ver como é que se portam na Segunda...

Fahrenheit 451

'Granger olhou fixamente as chamas.
- A Fénix - Disse
- O quê?
- Era um pássaro estúpido, muito anterior a Cristo; todos os cem anos fazia uma fogueira e carbonizava-se. Devia ser um dos próximos parentes do homem. Mas, cada vez que se consumia, ressurgia das chamas e de novo nascia. Tenho a impressão que fazemos o mesmo, mas com uma vantagem sobre a Fénix: sabemos perfeitamente o que fazemos. Sabemos perfeitamente o que fizemos durante séculos e, se não o esquecemos, se guardamos consciência disso, temos uma oportunidade de renunciar um dia a construir essas fogueiras para nos lançarmos nelas. A cada geração, reunimos novos homens que se recordam'.
Fahrenheit 451, Ray Bradbury

Quinta-Feira

Talvez seja do tempo...

Escolhi Oscar Wilde e um excerto de The Ballad Of Reading Gaol

Yet each man kills the thing he loves,
By each let this be heard,
Some do it with a bitter look,
Some with a flattering word,
The coward does it with a kiss,
The brave man with a sword!

Some kill their love when they are young,
And some when they are old;
Some strangle with the hands of Lust,
Some with the hands of Gold:
The kindest use a knife, because
The dead so soon grow cold.

Some love too little, some too long,
Some sell, and others buy;
Some do the deed with many tears,
And some without a sigh:
For each man kills the thing he loves,
Yet each man does not die.


Oscar Wilde (1854-1900)

Parece-me que

Se fosse para dar um título a esta vida, hoje, actualmente, chamava-lhe 'Fahrenheit 451'.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Não Percebi...

Quem é que disse 'A maior maioria'?

O Canal1, ou o Bush himself?

Assim de Repente...

Quando olho para o que se passà à nossa volta, penso que de facto a blogoesfera é um oásis, onde se pode respirar à vontade...


in Preserve o Mundo.com.br


Ou assim deveria ser...

terça-feira, novembro 02, 2004

Mau...

Nem para postar, nem para ver os outros blogues...

mau...

É impressão minha...

Ou hoje o Blogger também está metido nas eleições? Não dá para postar nada...

Veio a Chuva

E lavou as couves...

Como Estragar um Post

Hoje a cidade cheira a couves podres...

Lá se foi a poética sentimental.

Obrigada poluição e nevoeiro.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Cheira-me

Entrou agora mesmo pela janela aquele cheiro frio e húmido que traz lembranças de lareiras e noites geladas de céu estrelado.

O cheiro que torna as faces rosadas, pelo vento gélido, pela brisa gélida, de tardes em que as folhas douradas cobrem as ruas e que se mistura com o cheiro a castanhas assadas.

O mesmo cheiro que sabe tão bem acompanhado por um chocolate quente, ou numa esplanada onde lentamente se fica emperdenido, mas de onde se tem a vista mais bonita da cidade.

É o cheiro que fica nas cozinhas nas tardes de domingo, em que a avó prepara o chá com os scones, e o bolo vai cozendo lentamente no forno, enquanto se vai começando a tirar os enfeites de Natal para decorar a casa.

É o cheiro dos entardeceres em que se sai das aulas, debaixo de uma chuva agreste, entre a gritaria da criançada, os risos e as partidas. A corrida ligeira para casa, que quente nos recebe como um abraço, enquanto o gato olha para nós, de olhos ligeiramente abertos, se espreguiça e vem roçar o focinho na nossa cara, com um ronronar que parece dizer: 'demoraste, por onde andaste? Vai-te aquecer que me fazes frio!'

Dia de Todos os Santos

A Sónia fez-me lembrar que também eu neste dia várias vezes (fora de Lisboa, entenda-se) ia porta a porta pedir Pão por Deus. Havia uma diferença: ela ficava contente com os rebuçados, e eu com as moedas de cinco escudos, que na altura era dinheiro.

Até certo ponto tenho que ver a minha felicidade. Apesar da minha condição de criança da cidade, foi-me permitido viver e conhecer uma série de tradições que me poderiam ser alheias, dado ter sempre vivido em Lisboa, a não ser pelo Verão, em que ia para a praia.

Não é sem alguma pena que vejo como as crianças da cidade são hoje tão ignorantes dos hábitos ou costumes, que estão tão perto de nós, mas que não conseguimos ver. Referência a um dos muitos textos que o Manel escreve sobre esse assunto, e que vale a pena reflectir.

Verdade seja dita, também acho que existe uma grande falta de comunicação entre regiões e culturas. Várias vezes me aconteceu ir por esse país fora e quando alguém me pergunta de onde sou e eu respondo, ouço logo como resposta: 'Lisboa? Não gosto nada de lá!'

Acho que ninguém gosta de ver a sua terra insultada. Usam como desculpa que o pessoal de Lisboa tem a mania que é bom e isso dá azo à descrição de uma série de defeitos que os alfacinhas (regra geral, todos) têm que ter.

Eu sou alfacinha. Mas não tenho nem mais nem menos defeitos que um portuense, que um alentejano, que um algarvio, um transmontanto, um açoriano ou um madeirense.

Tudo isto por causa do Pão por Deus e para dizer que de facto, aqui em Lisboa, não tenho conhecimento que o façam. Mas não esquecemos algumas tradições. Como ir por flores ao cemitério, pelos nossos entes queridos, e a seguir fazer uma almoçarada com a família que ainda cá está.

domingo, outubro 31, 2004

Antes do Anoitecer

Disseram-me que era um bom filme. E por isso fui ver. Aliás, não foi só por isso. Eu vi o primeiro da saga, o 'Antes do Amanhecer' e gostei imenso.

Não posso dizer o mesmo da continuação.


in before sunset


O que eu não gostei:

A cena do café demasiado longa e desinteressante.

Os temas de conversa aborrecidos, a acabarem sempre no sexo (talvez uma intenção subliminar do casal demonstrar que estava interessado e do espectador imaginar onde iria aquilo levar).

O inevitável.

O que eu gostei

O filme começar precisamente na minha livraria preferida em Paris

Da banda sonora

Da fotografia.

O que eu acho do filme:

É o retrato da mania irritante que as pessoas têm de se agarrar a situações mal resolvidas no passado e por causa disso serem incapazes de levar uma vida adiante. E com isso, impedirem outras pessoas de levarem a vida adiante.

Os medos e os atalhos que as pessoas tomam até decidirem fazer alguma coisa.

Podem dizer-me que é a vida real que ali se retrata. E de facto é. Mas eu quando vou ao cinema, gosto de ter uma alternativa à vida que levo.

Estrangeirices

É verdade... já me esquecia...
HAPPY HALLOWEEN




In MSN-Blue Montain e-cards

MUHAHAHAHAHAHA


Porque Gosto Mais Desta Estação

Porque é a única altura na nossa vida, em que nos dão qualquer coisa sem termos que pagar por isso. Ou seja, uma hora a mais para ser gozada, dormida, aproveitada.

De resto... na melhor das hipóteses, procurando muito, muito, muito, lá no fundo algum optimismo, está tudo como antes...

sábado, outubro 30, 2004

E esta?

Se não é O COISO a abrir-nos os olhos, passava-nos tudo ao lado!

Essa é que é essa!

Betos No Metro

Eu pensei que eles fossem uma raça extinta, ou em extinção. Aqueles que eu conheci na minha adolescência eram iguaizinhos aos que hoje encontrei no metro. Exactamente da mesma idade, com o mesmo género de roupas, com a mesma maneira de falar.

Por momentos, pensei que em vez de ter entrado na carruagem certa, tinha, sem querer, caído numa porta astro-temporal, que me levou anos atrás e me pôs frente a frente com aquele casal.

Mas não... no passado, não existia ainda a estação da Baixa-Chiado. Mas lá estavam eles, os 'betos' a tratarem-se por 'você', com os seus quinze, dezasseis aninhos, e eu a pensar que de facto, eles não se extinguem... e pelos vistos continuam a andar de metro...

c'est la vie.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Sexta Feira de Cinzas

O Desesperado entrou na estação. Aos 50 anos e sem emprego, sem dinheiro para dar de comer à família, sem perspectivas de futuro, achava-se capaz de qualquer coisa. E naquela altura era-o. Roubara uma pistola, carregada. Na tropa tinham-lhe ensinado a atirar, lembrava-se bem.

O Suicida estava na estação. Aos 30 anos, mal tinha emprego, uma formação superior que não lhe servia de nada. Vivia com os pais, mal e porcamente. Tanto esforço para nada. Trabalhava a contratos mensais, sem garantias, com um ordenado de 540 euros, que nem para alugar uma casa davam. Não tinha perspectivas de futuro. Estava, no entanto, preparado para decidir de uma vez o rumo da sua vida. E aquela estação vazia, serviria tão bem com qualquer outra para isso.

O Desesperado topou o Suicida. O Suicida topou o Desesperado. Viu-o a aproximar-se lentamente, olhar tresloucado. Fingiu que o ignorava. Com aquele gajo ali, não ia poder fazer nada.

Não foi sem espanto que o Suicida sentiu a pistola do Desesperado na cabeça.

'Estou Desesperado! Não faças nada, ou arrependes-te!' E o Suicida pensou que aquilo era ideal. Morrer, sem ter que carregar com as culpas, sem levar consigo o peso de consciência de ter abandonado a mãe.

'Ai não que não faço!' , disse o Suicida, olhando de esguelha para o Desesperado, mesmo assim sem mexer a cabeça.

'O quê?! Queres morrer?!'

'Ah pois quero! Dispare, homem!'

'Está doido?! Porque é que quer morrer?!'

'Isso é assunto meu! Porque é que me quer matar?'

'Não sei, não sei. Sou capaz de fazer qualquer coisa. A empresa onde trabalhava fechou e nunca mais recebo o subsídio de desemprego. Nem tive direito a indmenização. 30 anos de dedicação para nada... Estou com 50 anos, tenho um problema de coluna. Onde é que vou arranjar um emprego que me ajude a manter a minha família? Matar-me não é solução, não posso deixar a minha mulher e os meus filhos. E se for preso, ainda recebo algum dinheiro que me pode ajudar a mantê-los... e você?'

O Suicida encolheu os ombros:

'Na mesma. Sem mulher e sem filhos, por isso, não preciso de me preocupar muito. Não tenho perspectivas de vida. Acabei um curso e não encontro emprego para aquilo em que estudei. Só arranjo trabalhos de contratos mensais. O que ganho nem sequer dá para juntar, ou para alugar uma casa. A vida, para mim, já não me serve de muito. Não tenho perspectivas. Não tenho objectivos.'

O Desesperado baixou a arma e suspirou. O Suicida meteu as mãos nos bolsos e suspirou. Não sei se algum deles morreu nessa tarde.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Parar por Odivelas

De novo o metropolitano de Odivelas, mas agora a variante são os acessos. A Sofia Domingues, de Odivelas, envia um mail em que chama a atenção para o seguinte problema:
'à entrada da calçada de Carriche o parque do Sr Roubado criado à meia dúzia de meses apenas tem capacidade para um nr muito reduzido de automóveis o que faz com que os utentes tenham de estacionar por fora do dito parque (cima dos passeios e das áreas possíveis) a policia desde a semana passada e tendo conhecimento deste problema resolveu multar todos os veículos, isto ocorreu quarta, quinta e sexta passada, cada dia foram multados mais de 1000 veículos, o que é uma festa para a PSP e isto porque sabendo de antemão que as pessoas mesmo que queiram colocar os seus carros lá dentro (e este parque é GRÁTIS) não o podem fazer sendo obrigadas ou a traze-lo para Lisboa ou a estacionar indevidamente.'

A ver quem mais diz o quê.

Quinta-Feira

E se falhei o eclipse, não falho desta o dia.

Apeteceu-me Álvaro de Campos. Um excerto.

Vem, Noite antiquíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro do silêncio, Noite
Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito.

Vem, vagamente,
Vem, levemente,
Vem sozinha, solene, com as mãos caídas
Ao teu lado, vem
E traz os montes longínquos para o pé das árvores próximas,
Funde num campo teu todos os campos que vejo,
Faze da montanha um bloco só do teu corpo,
Apaga-lhe todas as diferenças que de longe vejo.

Todas as estradas que a sobem,
Todas as várias árvores que a fazem verde-escuro ao longe.
Todas as casas brancas e com fumo entre as árvores,
E deixa só uma luz e outra luz e mais outra,
Na distância imprecisa e vagamente perturbadora,
Na distância subitamente impossível de percorrer.

Álvaro de Campos



Urbano Lugris, Acantilado, in IES Urbano Lugris

Mea Culpa Mea Culpa

Vergonha. Profundo embaraço...

Não vi o eclipse. Ainda pensei que conseguiria aguentar até às duas da manhã, mas qual! que a idade não perdoa... de consciência pesada e coração triste, vi as belíssimas fotos que a Sónia colocou no seu blog.

Pode ser que hoje tenha mais sorte... e menos sono...

Das Mesquinhices e Afins

É inacreditável o clima de denúncias que se anda a instaurar no nosso país.

A TVCabo passa anúncios nos canais a dizer que as caixas bláblá não podem ser pirateadas que se nós soubermos de alguém que tenha uma, que denunciemos.

Nas salas de cinema, antes do filme começar aparece um anúncio a dizer que é crime gravar o filme que está a passar, e que se alguém vir, que denuncie.

Porque é tudo feito na ilegalidade. E por isso, o crime deve ser denunciado. E a denúncia funciona como algo de honesto e correcto.

É certo que a pirataria é criminosa. Mas quem nunca pirateou na vida? Quantos nunca passaram para cassetes (e agora para cd's) álbuns inteiros? Não é isso crime? Quem nunca fez algo ilegal?

Eu não! (nunca se sabe quem é que pode estar a ler isto...)

terça-feira, outubro 26, 2004

Como se ganham os torcicolos

Basta fazer como eu:

Ficar de olhos postos na lua nesta quinta-feira e deslumbrar-me com o eclipse total.


Eclipse Lunar in mr.eclipe.com


Se não, só daqui a três anos!

E esperemos que não chova...

Cá Por Cima, Tudo Tranquilo

A foto do dia...


Titã, a Lua de Saturno, in NASA


Já chegámos tão longe...

Lisboa é Democrática

Isto é a visão bonita da coisa.

A visão mais dramática é aquela do ditado que reza que 'não há duas sem três'. E a que é que eu me refiro:

- Aos buracos.

Primeiro o buraco no Marquês de Pombal que iria dar origem a um túnel. Agora o túnel do Rossio que irá dar origem a um buraco.

Para não parecer ave de mau agoiro, vou dizer que o outro buraco (o terceiro) foi ali o do Terreiro do Paço.

Daí o título deste post: a democracia do buraco. Estende-se a quase toda a Lisboa.

A verdade é que não tarda, temos que olhar bem para onde pomos os pés. Ainda corremos o risco de nos distraírmos e lá vamos parar a umas quaisquer ruínas romanas, por aqui por baixo...

E depois não se podia recuperar mais nada por causa lá das questões do património histórico e por aí fora...

segunda-feira, outubro 25, 2004

Rio, 40º


Rio de Janeiro in Riotur


Fosse ela de outra maneira... Como nos poderia cativar?

BRASIL
Cazuza

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
Apagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes d'eu nascer
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
Apagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes d'eu nascer
Não me sortearam a
garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim
Ver TV a cores na
Taba de um índio
Programada pra
Só dizer sim, sim
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim
Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim,
Confia em mim Brasil

sábado, outubro 23, 2004

Zeca Baleiro e as Noites Cariocas

Directamente do Rio de Janeiro:

À parte dos malvados teclados brasileiros, onde uma pessoa se vê grega para encontrar os símbolos, vir ao Brasil é sempre um prazer. Não de todo usufruído graças ao tempo que se perde, para tentar escrever de forma perceptível no blog.

As Noites Cariocas, lugar de tertúlia dos intelectuais cariocas nos anos 60 reabriu as suas portas. A tertúlia terminou, mas o lugar está lá, no Pão de Açúcar, sobre a baía e com vista para Nosso Senhor, que suponho se ressente de estar de costas para a animação da discoteca. Mas o Senhor é omnipotente, terá feito orelhas moucas ao tema do 'heavy metal do Senhor' que o Baleiro tratou de se fazer ouvir até ao Leblon, mas certamente presenciou o resto do concerto. O Senhor e alguns 500 cariocas, bem como portugueses (em menor quantidade, mas não menos entusiasmo).

A sociedade carioca (era alguma, pois estavam a ser fotografados à entrada do recinto) e que este humilde gato ignora e desconhece, apiriquitou-se toda para aplaudir o músico. Enquanto o Baleiro cantava 'você trais a lenha pru meu fogo àcendê', eles discutiam entusiasticamente o que era sexo e o que era travesseiro. Nada que em Lisboa não se fizesse, mas é para mim um sacrilégio perturbar as actuações do Baleiro, principalmente a primeira a que eu assistia.

Considerações à parte, o Noites Cariocas oferece uma vista deslumbrante, com bancos espalhados pelo espaço e almofadões à moda do Lux. Já a discoteca em si, não é muito grande, mas está muito bem arejada. A música toca à brasileira (uns decibéis acima do que estamos habituados) mas é uma verdadeira experiência passar uma noite, a ouvir música e ver o Senhor de braços abertos para o mundo, os aviões a aterrarem, a baía, brilhante, iluminada e os morros cobertos de luzinhas, como uma árvore de Natal.

Já a chegada à discoteca é mais aventureira, uma vez que tem que se tomar o bonde (aquele que se toma quando se visita o Pão de Açúcar) e dado o bondinho ser todo envidraçado, parece que estamos prestes a experimentar a famosa tirolesa, uma vez que nos lançamos no espaço. Apesar de estarmos com os pés bem assentes no chão do transfer, a verdade é que não se pensa tanto assim, quando vemos o chão a alguns metros abaixo de nós.

Quanto ao Baleiro, o inédito que tocou nesta noite, foi um brinde, um regalo e um tesouro. Hoje não consigo ronronar nem miar. Dei cabo da garganta.

domingo, outubro 17, 2004

Pelos Caminhos de Portugal

Regresso de um Domingo no Alentejo, para constatar o óbvio:

Por mais regras de trânsito castradoras, punitivas que se façam, nada se vai resolver.

Talvez resolvesse obrigar os indivíduos que querem a carta de condução a fazerem teste de foro psicológico, para perceber até que ponto serão eles potenciais perigos rodoviários.

O mal de muitos portugueses é que conduzem exactamente como levam a sua vida: eles primeiro e os outros depois. O carro deles primeiro, e o dos outros depois. A cabeça deles não consegue alcançar que existe vida para além da deles. Que existem pessoas para além do umbigo deles. O civismo, que seria uma cadeira muito interessante de ser leccionada, desde a escola primária, é coisa que, tal como na escola, não existe para os portugueses.

Até haver uma mudança de mentalidade, não haverá mudança de comportamento. Haja as regras que houver.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Viver em Paz

A vida em Lisboa era tão mais pacífica se fosse eliminadas as seguintes situações:

- Portas automáticas que não abrem, quando nos prostramos frente a elas, e é precisamente no dia em que temos mais pressa.

- Gente gorda que se coloca no meio das escadas rolantes, sem o mínimo de intenção de se moverem, precisamente no dia em que temos mais pressa.

- Gente pastelona que nos passeios mais estreitos, e quando a rua está cheia de carros a avançarem furiosamente, marca passo alegremente, como se estivessem a tentar bater o record do ralentando, precisamente no dia em que temos mais pressa.

- Obras que enchem um passeio inteiro, deixam um espaço de dois milímetros para passar, tendo logo um automóvel, regra geral mal estacionado, que obriga a que uma pessoa vá para a rua, para poder caminhar.

Ora eu, como pedestre, como pessoa que anda, sem qualquer dificuldade (entenda-se eu consigo, mas não nesta cidade) já tenho problemas, que dizer dos deficientes? Quando não têm espaço para uma cadeira de rodas, quando se são cegos, a muito custo conseguem caminhar nos passeios em segurança.

Não dizia aí um slogan da Câmara Municipal 'Lisboa, Boa de Viver'? Sem dúvida, para quem tem asas.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Talking about 'Fair Play'?

Vitória retumbante, depois de um empate vergonhoso.

Certo, certo, isto são coisas que todos nós sabemos e das quais não vale a pena falar. Quando muito celebrar. Pergunto-me se alguém estaria à espera disto para ver se de alguma forma o ruído mudava de direcção, mas não me parece que seja o caso.

No entanto, achei lamentável o comportamento do treinador da selecção russa, que às tantas, de acordo com o que foi anunciado, abandonou o recinto do jogo.

Mesmo que a derrota fosse certa e incontornável, o facto de ter abandonado o jogo, deixou ainda mais os jogadores 'à nora'. É coisa que se faça? Eu acho que não.

Quinta-Feira, é quase fim de semana

Uma pausa para descontrair.

Com o ancião da margem do rio

O coração dos homens deseja ouro e jade,
a boca dos homens cobiça vinho e carne.
Não é assim o velho da margem do rio,
bebe da sua cabaça, satisfeito com tão pouco.
A sul do rio corta lenha e erva,
a norte do rio levanta paredes, um telhado.
Por ano, semeia apenas uma jeira de terra,
na Primavera puxa dois bezerros,
dia a dia, entre lides e canseiras, tranquilo,
despreocupado face aos problemas do mundo.
Encontrei-o, por acaso, caminhando na margem do rio,
conduziu-me ao lar, alojou-me na choupana.
Na despedida, de regresso ao mercado e à corte,
o ancião perguntou por meu salário, meu ofício.
Duvidou, sorriu e disse:
'Os mandarins da corte não dormem em choupanas'.

Bay Juyi

quarta-feira, outubro 13, 2004

O Poder Dos Pedregulhos

Esta notícia da BBC World explica como é que a queda de um asteróide não só deu origem ao lago Bosumtwi no Ghana, como conseguiu arrasar uma vegetação tropical, podendo explicar, desta forma, o clima que existe actualmente em África.


Down through the clouds: The crater was made just over a million years ago (Image: Nasa/LPI) in BBC News

Ó pró tamanho do bu'aquinho

Os Quartos Extras

Anda aí a correr uma boa nova que reza que quem tiver uma casa alugada com quartos a mais, que deve pagar mais por isso.

Apregoam a qualidade de vida, melhores condições para os portugueses e para aí fora. No entanto, consideram legítimo que se pague mais por se ter mais um quarto, uma assoalhada, que a ver bem as coisas é supérflua.

É supérfluo, sim. Aliás, viverem em casa quatro pessoas, com três quartos e uma sala é que é o ideal. Sem haver um espaço onde alguém possa ter um pouco de silêncio, um escritório onde se possa trabalhar em paz, até mesmo estudar. Perceba-se: qualidade de vida.

Aliás, qualquer dia, também andamos a pagar extras porque temos duas televisões, em vez de uma, um frigorífico e uma arca congeladora, em vez de apenas um, um telemóvel por pessoa, e livros a mais! qualquer dia devemos pagar por livros a mais, pois para além de contribuirmos para a desflorestação, os livros são caros. Também qualquer dia, entra-nos uma brigada porta dentro e vem ver a marca dos electrodomésticos. Se por ventura for de uma marca mais cara, paga-se. E é melhor parar de dar ideias.

Já não nos basta termos que pagar tudo e mais alguma coisa, com IVAs e valores acrescentados ainda vamos ter que pagar extras sobre aquilo que pagamos.

Já agora: o meu carro tem quatro portas e quatro rodas, só para uma pessoa. Vou ter que pagar um extra também?

Uma Santa Fúria

O vulcão do Monte de Santa Helena está a entrar em erupção...

Vejam só a violência...


Vulcano World


Mais Informações em:
Vulcano World
U.S. Geological Survey

terça-feira, outubro 12, 2004

Se Este País Fosse Um Filme

Chamar-se-ia a 'Rosa Púrpura do Cairo', com a variante que a maioria das personagens saía da banda desenhada e não da tela.

Episódio I:
O Vizir que quer ser califa no lugar do Califa:

in Iznogoud - La Page Non Officielle

segunda-feira, outubro 11, 2004

É Pá!!! Ganhei Um Prémio!!!!

O Tiago, do Melhor Anjo atribuiu ao meu post Domingo é Dia Santo, o prémio poética do quotidiano (XXVI).

Obrigada! No meresco! No meresco!

Insistir

A lêr no 'Público' de hoje:

A Brutalidade Dum Governo Perigoso
Por EDUARDO CINTRA TORRES


'Estes são tempos tenebrosos para o país'

Comunicado de Santana Lopes

Gostei:
- Do ar seráfico com que deu as boas novas
- De garantir a estabilidade
- Das 'gaffes' durante o discurso
- Do tom paternalista, como se fôssemos todos burros, ou infantis
- De vir falar do 25 de Abril...sem mencionar a história da 'Evolução'

2 pontos pela representação: esforçada, mas mal conseguida.

Continuo a achar que é melhor estarmos atentos. Se em 3 meses fazem isto, o que será daqui a dois anos?

domingo, outubro 10, 2004

Fui Ver Um Filme


in thefilmfactory.co.uk

Mas não posso nomeá-lo. Nem dizer onde o fui ver. Nem quanto custou o bilhete... Pensando bem, está-me a querer parecer que nem sequer o devia ter visto...

mmmh... também acho que não devo dizer isto...

Domingo é Dia Santo

Esta manhã tocam-me à porta de casa. Dois envangelizadores estão ali, parados, a sorrir para mim:
- Bom dia! - Diz um deles
- Bom dia. - Respondo eu.
- O meu nome é Elder e este é o meu irmão Elder.
- Olá Elderes, como estão?
- Bem, obrigado. Temos uma mensagem de Jesus Cristo para si. Pode dispensar-nos alguns minutos?
- Eeeeh... por acaso, agora, agora, não me dá muito jeito. Pode ficar para outra altura? Jesus Cristo tem tempo, não é? Afinal, já por aqui anda há dois mil anos...
- Pois... pronto... certo...

sábado, outubro 09, 2004

Que vos parece?

Santana assumiu perante PSD que iria intervir na comunicação social.
O primeiro-ministro abreviou a sua ida aos Açores e está a preparar uma comunicação ao país, que não revela se é sobre o "caso Marcelo". No seu primeiro conselho nacional como líder do PSD, Santana assumiu que queria mudar os equilíbrios nos meios de comunicação social.


Não sei bem porquê, lembrei-me de uma canção escrita há muitos anos por Sérgio Godinho, que a certa altura dizia assim

'E se algum dia toda a música acabar
se se acabar de partir
o espelho que faz cantar
preparai-vos meus amigos
que será dia de escuro
de temporais desabridos
dum Inverno bem mais duro
do que este que está a passar
se a música se acabar
se a música se acabar
se a música se acabar'


Sérgio Godinho, O Homem dos Sete Instrumentos

Tontices...

Começar a Agir

Sem alarmismos. É melhor começarmos a despertar e ver e pensar no que se está a passar.

A cada cabeça a sua sentença.

Leia-se
no Aviz os posts 'LIBERDADE.' e 'POR EXEMPLO'
no Abrupto post 'UMA NOTÍCIA DOS BLOGUES IGNORADA PELA COMUNICAÇÃO SOCIAL'
no Expresso On-Line

Caríssimos Concidadãos Utentes dos Transportes Públicos

Está mais do que na altura de ponderarem a compra de carrinhas de 12 lugares entre diversos grupos e passarem a utilizá-las entre vós. Apesar de ser um investimento caro, será certamente mais barato se o comprarem a gasóleo, e compensará em muita coisa.

Porque?

Porque:

- Deixam de perder tempo em transportes públicos ineficazes, caros, lentos, pejados de gente e que muito raramente vão até ao destino pretendido.

- Deixam de pagar o passe social que ainda por cima vai aumentar, mostrando a profunda aptidão deste governo para dar cabo da vida económica das pessoas.

- Passam a ter mais qualidade de vida, pois passam a chegar certamente mais cedo a casa e ao emprego, sem terem que passar entre 30 a 60 minutos à espera de um autocarro que nunca virá, ou presos no metropolitano que avariou mais uma vez.

Quanto à questão do passe social, acho muito bem que se pague mais se os utentes forem indemnizados por:
- cada vez que um autocarro se atrasa;
- cada vez que o autocarro não vai para o destino certo, pelo que tem que se esperar por outro que ignoramos se virá ou não
- Por cada transporte público que o utente tenha que apanhar para ir de casa para o emprego e vice-versa, contabilizando sobre isso o tempo que perde todos os dias.
- Por cada vez que o metro se avaria, deixando presos ou pendurados milhares de passageiros.
- Pela informação enganosa que é fornecida pela Carris nos painéis electrónicos e nas tabelas afixadas nas paragens.

Por um serviço de qualidade deve pagar-se. Pela ineficácia dos ditos 'transportes públicos' (uma piada) os passes deviam ser de graça.

No dia em que qualquer um dos membros do governo passar a utilizar qualquer destes meios de transportes habitualmente, por certo que compreenderão do que é que eu falo.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Quinta Feira de Cinzas

The Great Day

HURRAH for revolution and more cannon-shot!
A beggar upon horseback lashes a beggar on foot.
Hurrah for revolution and cannon come again!
The beggars have changed places, but the lash goes on.

William Butler Yeats

Balanço

E agora?


tsf

Tenham Medo, Tenham Muito Medo - Parte III


lord of the rings.net


This is just the beginning

E não me parece que haja uma grande preocupação com a Opinião Pública

quarta-feira, outubro 06, 2004

Tenham Medo, Tenham Muito Medo - Parte II

A Birra dos Ministros.

Alguém neste Governo se esqueceu que ser primeiro ministro é estar na berlinda, e que as críticas viriam de qualquer maneira.

Mas deve também compreender-se que aqueles que estão apenas habituados a serem louvados na imprensa cor-de-rosa não saibam lidar muito bem com a crítica.

Isso está tudo muito bem, se fossem personagens da Quinta das Celebridades. Mas pelos vistos na Quinta Nacional, as coisas passam-se de outra maneira. Faziam melhor se se preocupassem com coisas sérias, como o estado caótico em que está o país, em vez de coisas mesquinhas como 'calar o professor'.

Será isto indicação de que não sabem como resolver os problemas?

Ou será isto indicação de algo bem mais sério, e quem sabe, bem mais grave?

A seguir vão calar quem?

Tenham Medo, Tenham Muito Medo

Está a chegar o Domingo...


Marcelo Rebelo de Sousa, foto: Rádio Renascença


Mais uma noite de mentiras e ódios...

Rumores indicam que como forma de combater a influência do 'professor' aos Domingos à noite, um representante do Governo poderá passar a estar no mesmo horário, na SIC, a criticar em tempo real o que diz Marcelo Rebelo de Sousa. A RTP1 por seu turno estará a tentar conseguir ter nesse horário um elemento de cada partido de esquerda, mas parece estar a ser complicado, devido à recusa do novo Secretário-Geral do PS em não compactuar com os outros partidos da oposição.

Mas que Linda Praga!

Algumas ironias da vida:

No Notícias de Aveiro aparece a seguinte informação: Os ministros do Ambiente e da Agricultura já devem ter recebido no correio dos últimos dias um apelo à intervenção urgente para livrar o rio Vouga, em Aveiro, de uma praga de jacintos de água.
A Associação de Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira (ADACE) alerta numa carta enviada aos governantes que este tipo de planta aquática reproduz-se com grande facilidade, sendo uma séria ameaça para a fauna e flora que já atingiu as localidades vizinhas de Requeixo e Espinhel.


Notícias de Aveiro

É pena que algo tão bonito, faça tanto mal...

terça-feira, outubro 05, 2004

Anos80stalgias - Parte II

Foi com a música dos anos 80 que cresci. Tive a sorte de ter acompanhado a explosão (para não utilizar o boom inglês - Afinal hoje é dia 5 de Outubro e foi por causa deles (em parte) que isto se deu.)

Cresci ao som dos Táxi, dos Diva, dos Xutos (gloriosos sobreviventes), GNR, Grupo de Baile, Mler if Dada, Heróis do Mar, Pop dell'Arte e tantos outros.

Hoje encontrei por puro acaso um chamado 'O melhor de' Essa Entente...


Essa Entente in Rock Português Alternativo dos Anos 80

Título curioso para uma banda que apenas editou um álbum... e não inclui, sequer, o famoso 'La Féria' que eu infelizmente não tive o prazer, ainda, de conhecer.

Alguns links para quem quiser mais tarde recordar a Música Portuguesa dos Anos 80:

- Rock Português Alternativo dos Anos 80

- Música Portuguesa - Anos 80

E ainda o post do Nuno Carrolo no Céu Sobre Las Vegas, dedicado à compilação editada há algum tempo, pela Ama Romanta

Eu, por mim, estou aqui a passar um grande momento...

Pois...

«Não temos sido felizes. Falta-nos uma vitória, mas ela vai acontecer. Se o meu lugar está em perigo? Penso que a SAD tem confiança no meu trabalho. Sei que esta equipa tem qualidade», afirmou José Peseiro no final da partida com o União de Leiria (2-2), no «flash-interview» da Sport TV.


Também há quem espere que D. Sebastião regresse numa manhã de nevoeiro...

segunda-feira, outubro 04, 2004

O Monte de Santa Helena

Há forças incontroláveis, a que nenhum poder, ordem, ou força humana consegue impor-se.

O Vulcão do Monte de Santa Helena, que está quase a entrar em erupção é uma delas.





Mount St. Helens National Volcanic Monument

Fatalmente belo.

Hã??

Fazem-lhe bem os arzinhos de Bruxelas!


in tsf.pt


domingo, outubro 03, 2004

Final de Tarde em Belém

Um lindo por de sol pintou o céu de encarnado e rosa, com nuvens iluminadas, também elas coloridas.

As gaivotas pairavam no espaço. Deviam ter uma vista magnífica naquele momento. Invejáveis as gaivotas. Atrás de mim, o Monumento dos Descobrimentos tinha como pano de fundo a Ponte velha, a começar a iluminar-se.

Por um momento, os carros passaram devagar, quase como se também eles se dessem conta de que estavam a presenciar um entardecer magnífico.

Anoitecia, quando passeei lentamente pela rua à frente do Mosteiro dos Jerónimos. Desta vez a fonte estava iluminada. Sentei-me num dos bancos e fiquei a beber a minha cidade. É minha. O cheiro, a cor, a luz. Pertence-me. Eu pertenço-lhe de volta.

Boooom.... Não era bem com isto que eu estava a contar

echoandthebunnymen.jpg
You're all about the music. Not too incredibly
mainstream, but not too incredibly underground.
It's awfully hard for anyone to oppose you,
seeing as how you rule.


What band from the 80s are you?
brought to you by Quizilla

Mas até gosto bem da música deles...

sábado, outubro 02, 2004

O Drama da Educação

Não é apenas a colocação dos professores que causa o verdadeiro drama a que assistimos actualmente na educação.

Uma reportagem que acabou de passar na SIC Notícias, revela que oito escolas privadas tiveram as melhores médias de notas no 12º ano, contra duas escolas públicas.

A meu ver, é perfeitamente natural que uma escola privada apresente excelentes resultados. Quem pode pagar uma educação secundária privada aos filhos, e atenção, digo 'pode', não me refiro a sacrifícios, também pode dar uma excelente educação em casa, que passa por acesso a livros, a viagens, a escolas de Verão no estrangeiro e sei lá que mais.

Agora que apenas duas escolas públicas registem as melhores notas, é um drama. É dramático ver que o ensino que abrange a realidade do país não regista melhores resultados. Venham dizer que a culpa é dos professores, que a culpa é dos alunos.

A culpa é da falta de interesse em querer formar as pessoas. Não há interesse em investir nelas. Tanto dá ao ministro a, b, ou c que o aluno x y ou z seja um crânio. Que possa vir a ser um grande investigador, um excelente gestor, um pintor de renome, um pullitzer, ou seja o que for. Se não tiver dinheiro e não for ele próprio a cuidar de si, não interessa. É um fardo pesado a educação.

Depois anda Jorge Sampaio muito preocupado com as crianças que não têm escola. Vistas bem as coisas, as crianças não têm escola. Não lhes são dadas as bases necessárias, para poderem chegar ao 12º ano e escrever correctamente, terem um mínimo de conhecimento e de pensamento educado que as ajude a assimilar outros conhecimentos.

Afinal, que andamos a fazer? Andamos a formar incultos e analfabetos, que possam enfileirar as filas do desemprego, da função pública, de um sector privado, sem terem mais perspectivas de futuro que o conseguirem chegar ao fim do mês com dinheiro?

É esse, afinal, o grande objectivo nacional? Governar pela mediocridade? Para que os medíocres que ocupam agora lugares de chefia não sejam suplantados? E queremos desenvolvimento, assim? No fundo, no fundo, não passamos de um país de caciques cuja mentalidade colonialista, à falta de alternativas, é bem aplicada neste quintalzito à beira mar plantado.

quinta-feira, setembro 30, 2004

Para Ler Quinta Feira

Aproveito a do JPP/Abrupto e deixo aqui o que Kipling tinha a dizer sobre as mulheres.

Um ponto de vista bem interessante...


Rudyard Kipling, (1865-1936), novelista, poeta, jornalista inglês, nasceu na Índia e morreu em Londres. Foi o primeiro inglês a receber o prémio Nobel da Literatura em 1907.
Foto e biografia em online-literature.com


The Female of the Species


When the Himalayan peasant meets the he-bear in his pride,
He shouts to scare the monster who will often turn aside.
But the she-bear thus accosted rends the peasant tooth and nail,
For the female of the species is more deadly than the male.

When Nag, the wayside cobra, hears the careless foot of man,
He will sometimes wriggle sideways and avoid it if he can,
But his mate makes no such motion where she camps beside the trail -
For the female of the species is more deadly than the male.

When the early Jesuit fathers preached to Hurons and Choctaws,
They prayed to be delivered from the vengeance of the squaws -
'Twas the women, not the warriors, turned those stark enthusiasts pale -
For the female of the species is more deadly than the male.

Man's timid heart is bursting with the things he must not say,
For the Woman that God gave him isn't his to give away;
But when hunter meets with husband, each confirms the others tale -
The female of the species is more deadly than the male.

Man, a bear in most relations, worm and savage otherwise,
Man propounds negotiations, Man accepts the compromise;
Very rarely will he squarely push the logic of a fact
To its ultimate conclusion in unmitigated act.

Fear, or foolishness, impels him, ere he lay the wicked low,
To concede some form of trial even to his fiercest foe.
Mirth obscene diverts his anger; Doubt and Pity oft perplex
Him in dealing with an issue - to the scandal of the Sex!

But the Woman that God gave him, every fibre of her frame
Proves her launched for one sole issue, armed and engined for the same,
And to serve that single issue, lest the generations fail,
The female of the species must be deadlier than the male.

She who faces Death by torture for each life beneath her breast
May not deal in doubt or pity - must not swerve for fact or jest.
These be purely male diversions - not in these her honor dwells -
She, the Other Law we live by, is that Law and nothing else!

She can bring no more to living than the powers that make her great
As the Mother of the Infant and the Mistress of the Mate;
And when Babe and Man are lacking and she strides unclaimed to claim
Her right as femme (and baron), her equipment is the same.

She is wedded to convictions - in default of grosser ties;
Her contentions are her children, Heaven help him, who denies!
He will meet no cool discussion, but the instant, white-hot wild
Wakened female of the species warring as for spouse and child.

Unprovoked and awful charges - even so the she-bear fights;
Speech that drips, corrodes and poisons - even so the cobra bites;
Scientific vivisection of one nerve till it is raw,
And the victim writhes with anguish - like the Jesuit with the squaw!

So it comes that Man, the coward, when he gathers to confer
With his fellow-braves in council, dare not leave a place for her
Where, at war with Life and Conscience, he uplifts his erring hands
To some God of abstract justice - which no woman understands.

And Man knows it! Knows, moreover, that the Woman that God gave him
Must command but may not govern; shall enthrall but not enslave him.
And She knows, because She warns him and Her instincts never fail,
That the female of Her species is more deadly than the male!

Rudyard Kipling

quarta-feira, setembro 29, 2004

Pronto, pá! Está num dia não!

Pois ao que parece Io, a lua de Júpiter, anda a lançar pequenas partículas vulcânicas às naves mais próximas...



A rapariga acordou de mau humor... e não está habituada a ter malta próxima...

Curioso, curioso, é o título da página espanhola... ora atentem...

Eu Não Percebo Nada de Economia

Alguém me pode explicar como é isto possível?

Previsão aponta para aumento do desemprego em Portugal
O Fundo Monetário Internacional prevê um aumento da taxa de desemprego em Portugal, mas é mais optimista quanto à previsão de crescimento da economia revista em alta para este ano e o próximo, de acordo com as estimativas, divulgadas esta quarta-feira.
No relatório semestral do «World Economic Outlook», a instituição prevê que a riqueza gerada internamente em Portugal aumente 1,4 por cento em 2004, acima dos 0,8 por cento previstos em Abril.


Ora se aumenta o desemprego, há menos pessoas a trabalhar, aumenta a despesa no fundo de desemprego. É possivel dar-se um aumento de riqueza?

Pelos meus 'cálculos' é. Mas será mesmo só para alguns...

segunda-feira, setembro 27, 2004

Portugueses Pessimistas com o futuro

Não é de certeza devido ao discurso altamente esperançoso de Bagão Félix. Muito menos devido às listas feitas à mão pela ministra (o cansaço, coitada). Nem sequer pelas parcas e ocas respostas que o Primeiro Ministro deu ao seu canal privado quanto a estes problemas, argumentando que naquele momento estava no estrangeiro a resolver assuntos muito importantes para o país.

Não... certamente que se deve ao facto do Sócrates ter sido eleito.

Dá-se Equipa de Futebol

Coxa e sem grandes ambições, e ainda menos perspectivas de futuro. Sem grande capacidade de inverter resultados ou sequer convertê-los. Com tendências para ficar no fundo da tabela.

Dão-se alvíssaras a quem a quiser levar.

Os interessados deverão contactar o Alvalade XXI


domingo, setembro 26, 2004

Nova Máxima Socrática

Após apurados estudos e traduções, os investigadores descobriram que pertence a Sócrates a seguinte máxima:

PENSO(?!), LOGO CITO

Is it a Plane? Is it a Bird? NO! IT's The ISS

Assim é, meus bons amigos amadores de astronomia.

Esta Quarta-Feira pelas 20h34m a Estação Espacial Internacional (aka ISS) atravessará os céus portugueses (pergunto-me se estará em espaço internacional, ou, se não, que planeia o nosso governo fazer quanto a isso... enviar algumas avionetas para acompanhar... talvez?) e será visível a olho nu.

Esta é a trajectória:


emprestada do Pedro Félix


O Pedro Félix explica tudo isso aqui

Começou o Outono

Mas ainda me cheira a Verão

Ser ou Não Ser...

Uma canção profunda:


in mwscomp.com


Philosophers song

Immanual Kant was a real pissant
Who was very rarely stable

Heidegger, Heidegger was a boozy beggar
Who could think you under the table

David Hume could out consume
Schopenhauer and Hegel

And Wittgenstein was a beery swine
Who was just as schloshed as Schlegel

There's nothing Nietzche couldn't teach ya
'Bout the raising of the wrist
Socrates, himself, was permanently pissed

John Stuart Mill, of his own free will
On half a pint of shandy was particularly ill

Plato they say, could stick it away
Half a crate of whiskey every day

Aristotle, Aristotle was a bugger for the bottle
Hobbes was fond of his dram

And Rene' Descartes was a drunken fart
"I drink, therefore I am"

Yes, Socrates, himself, is particularly missed
A lovely little thinker
But a bugger when he's pissed

Monty Python


sexta-feira, setembro 24, 2004

Espera lá!!!

Eu disse primeiros-ministros?!?!?!

Enganei-me. Eu queria dizer, primeiros-ministros, ministros, secretários-de-estado, enfim! Possíveis governos...

O Futuro da Nação

Não percebo o porquê de tanta celeuma com esta história dos professores.

No fundo, com isto, o Governo está a tratar do futuro do país! Está a tentar criar possíveis primeiros-ministros.

terça-feira, setembro 21, 2004

E Por Falar em Estações...

Acabo de ouvir a Ministra da Educação, e concluo que agora a SIC é a estação oficialmente privada do Governo.

Começou o Outono

Os Kinks, nos seus velhos tempos, escreveram sobre esta estação:

Autumn Almanac

From the dew-soaked hedge creeps a crawly caterpillar,
When the dawn begins to crack.
It's all part of my autumn almanac.
Breeze blows leaves of a musty-coloured yellow,
So I sweep them in my sack.
Yes, it's my autumn almanac.

Friday evenings, people get together,
Hiding from the weather.
Tea and toasted, buttered currant buns
Can't compensate for lack of sun,
Because the summer's all gone.

Oh, my poor rheumatic back
Yes, it's my autumn almanac.
Oh, my autumn almanac
Yes, it's my autumn almanac.

I like my football on a Saturday,
Roast beef on Sundays, all right.
I go to Blackpool for my holidays,
Sit in the open sunlight.

This is my street, and I'm never gonna to leave it,
And I'm always gonna to stay here
If I live to be ninety-nine,
'Cause all the people I meet
Seem to come from my street
And I can't get away,
Because it's calling me, (come on home)
Hear it calling me, (come on home)

Oh, my autumn Armagnac
Yes, it's my autumn almanac.


The Kinks


Jules Cheret, Dance in Yaneff.com

LisBOA de viver (?)

De acordo com a Câmara Municipal de Lisboa...

Lisboa é 'Boa de Viver':

- Horas perdidas no trânsito à conta de uma mente iluminada que resolveu abrir um buraco no Marquês, se foi embora, e agora ninguém sabe como o fechar.

- Condicionar os horários a carreiras de autocarro que são mudadas a bel prazer de criaturas que nem sequer as utilizam, em prol de um serviço que se diz 'público'.

- Sujeitar os cidadãos a uma vida mais saudável que seria o caminhar, não tivesse sido Lisboa considerada uma cidade 'má para se respirar'

- Casas a preços absurdos, que dissuadem qualquer pessoa de viver nelas. E algumas não em tão bom estado como isso.

- Preços altíssimos em tudo: desde os restaurantes aos cafés, desde os supermercados às lojas mais corriqueiras.


Portanto, feitas as contas, a qualidade de vida em Lisboa está:

- Na transformação da estação do Arco do Cego em jardim. O ar na cidade vai ficar muito mais respirável.

- Nos turistas que vêm cá uma vez por ano, ficam três ou quatro dias, e têm dinheiro para gastar. Para eles, sim, Lisboa é boa de se (de)morar.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Wilde era profeta

Com séculos de antecipação, Wilde previu o nascimento de Sócrates. E o que ele iria ser.

Ora vejam lá esta citação e digam lá que não é verdade?

'Most people are other people. Their thoughts are someone else's opinions, their lives a mimicry, their passions a quotation.'
Oscar Wilde, De Profundis, 1905

domingo, setembro 19, 2004

Interessante...

A operação de cosmética à volta de Jorge Sampaio...

A mostrar que o Presidente ainda tem voz, ao preocupar-se com o atraso da abertura das aulas. Tão interessante é ver que continua tudo na mesma: as aulas não começaram porque o presidente falou delas.

Mais interessante ainda é ler no Público de 18-09-04 que 'Jorge Sampaio diz que não quer morrer sem saber o que vai acontecer ao projecto do Alqueva'. Será que este governo vai ter isso em consideração?

sábado, setembro 18, 2004

Remembering...

The Jane's Addiction


in images.chron.com


Jane Says...

Tá dito, tá dito!

quinta-feira, setembro 16, 2004

Está Visto Que Nem Sempre A Informática Erra

Como nos mostram os Galarzas


apanhado do The Galarzas

Quinta-Feira

Um dia tão provável como qualquer outro para Sylvia Plath ter escrito este poema...


Sylvia Plath in Grade Saver


Crossing The Water

Black lake, black boat, two black, cut-paper people.
Where do the black trees go that drink here?
Their shadows must cover Canada.

A little light is filtering from the water flowers.
Their leaves do not wish us to hurry:
They are round and flat and full of dark advice.

Cold worlds shake from the oar.
The spirit of blackness is in us, it is in the fishes.
A snag is lifting a valedictory, pale hand;

Stars open among the lilies.
Are you not blinded by such expressionless sirens?
This is the silence of astounded souls.

Sylvia Plath

quarta-feira, setembro 15, 2004

Momentos

Apeteceu-me dar a conhecer um dos meus pintores preferidos: Urbano Lugrís de seu nome.


sirena alada, in IES Urbano Lugrís


Nascido em Sada (A Coruña) no início do século XX, desde muito cedo que se sente atraído pelo azul do mar da sua terra.
É dono de uma actividade criativa pouco comum, desde a poesia ao teatro, a pintura e a arquitectura. Ilustrador de livros, criou e dirigiu a revista Atlántida.

Como pintor, demonstra um estilo pictórico e domina todas as técnicas: óleo, serigrafía, colagem, murais, tinta da china sobre papel...

O mundo celta está maioritariamente representado nas suas obras, bem como o mar.

Morreu em 1973 na cidade de Vigo.
adaptado de IES Urbano Lugrís


terça-feira, setembro 14, 2004

Uma Descoberta

Dei com este site por acaso. É curioso, e talvez comovente, o trabalho a que certas pessoas se dão para divulgar a nossa música.



A propósito disso, gostava também de falar de um livro sobre o fado, escrito por um advogado americano, que é um apaixonado por esse género.

Donald Cohen concebeu um livro no qual procura contar a história do fado, as suas tradições, os diferentes géneros e ao mesmo tempo apresentar Portugal.

Também as músicas são apresentadas. De ouvido, Cohen transcreveu as melodias, e ainda coloca a letra no original e a sua tradução. O livro ainda vem acompanhado por um cd, com alguns dos fados que Cohen considera mais importantes.



A mim, que nem sequer gosto, nunca o fado me pareceu tão bonito...