sábado, outubro 02, 2004

O Drama da Educação

Não é apenas a colocação dos professores que causa o verdadeiro drama a que assistimos actualmente na educação.

Uma reportagem que acabou de passar na SIC Notícias, revela que oito escolas privadas tiveram as melhores médias de notas no 12º ano, contra duas escolas públicas.

A meu ver, é perfeitamente natural que uma escola privada apresente excelentes resultados. Quem pode pagar uma educação secundária privada aos filhos, e atenção, digo 'pode', não me refiro a sacrifícios, também pode dar uma excelente educação em casa, que passa por acesso a livros, a viagens, a escolas de Verão no estrangeiro e sei lá que mais.

Agora que apenas duas escolas públicas registem as melhores notas, é um drama. É dramático ver que o ensino que abrange a realidade do país não regista melhores resultados. Venham dizer que a culpa é dos professores, que a culpa é dos alunos.

A culpa é da falta de interesse em querer formar as pessoas. Não há interesse em investir nelas. Tanto dá ao ministro a, b, ou c que o aluno x y ou z seja um crânio. Que possa vir a ser um grande investigador, um excelente gestor, um pintor de renome, um pullitzer, ou seja o que for. Se não tiver dinheiro e não for ele próprio a cuidar de si, não interessa. É um fardo pesado a educação.

Depois anda Jorge Sampaio muito preocupado com as crianças que não têm escola. Vistas bem as coisas, as crianças não têm escola. Não lhes são dadas as bases necessárias, para poderem chegar ao 12º ano e escrever correctamente, terem um mínimo de conhecimento e de pensamento educado que as ajude a assimilar outros conhecimentos.

Afinal, que andamos a fazer? Andamos a formar incultos e analfabetos, que possam enfileirar as filas do desemprego, da função pública, de um sector privado, sem terem mais perspectivas de futuro que o conseguirem chegar ao fim do mês com dinheiro?

É esse, afinal, o grande objectivo nacional? Governar pela mediocridade? Para que os medíocres que ocupam agora lugares de chefia não sejam suplantados? E queremos desenvolvimento, assim? No fundo, no fundo, não passamos de um país de caciques cuja mentalidade colonialista, à falta de alternativas, é bem aplicada neste quintalzito à beira mar plantado.

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