'Granger olhou fixamente as chamas.
- A Fénix - Disse
- O quê?
- Era um pássaro estúpido, muito anterior a Cristo; todos os cem anos fazia uma fogueira e carbonizava-se. Devia ser um dos próximos parentes do homem. Mas, cada vez que se consumia, ressurgia das chamas e de novo nascia. Tenho a impressão que fazemos o mesmo, mas com uma vantagem sobre a Fénix: sabemos perfeitamente o que fazemos. Sabemos perfeitamente o que fizemos durante séculos e, se não o esquecemos, se guardamos consciência disso, temos uma oportunidade de renunciar um dia a construir essas fogueiras para nos lançarmos nelas. A cada geração, reunimos novos homens que se recordam'.
Fahrenheit 451, Ray Bradbury
quinta-feira, novembro 04, 2004
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