Uma pausa para descontrair.
Com o ancião da margem do rio
O coração dos homens deseja ouro e jade,
a boca dos homens cobiça vinho e carne.
Não é assim o velho da margem do rio,
bebe da sua cabaça, satisfeito com tão pouco.
A sul do rio corta lenha e erva,
a norte do rio levanta paredes, um telhado.
Por ano, semeia apenas uma jeira de terra,
na Primavera puxa dois bezerros,
dia a dia, entre lides e canseiras, tranquilo,
despreocupado face aos problemas do mundo.
Encontrei-o, por acaso, caminhando na margem do rio,
conduziu-me ao lar, alojou-me na choupana.
Na despedida, de regresso ao mercado e à corte,
o ancião perguntou por meu salário, meu ofício.
Duvidou, sorriu e disse:
'Os mandarins da corte não dormem em choupanas'.
Bay Juyi
quinta-feira, outubro 14, 2004
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