Chuva de Verão. Um dos momentos mais nostálgicos da estação. Uma despedida, quente e cinzenta.
E a chuva é sempre para mim tão bem-vinda. Parece-me sempre que o Verão atingiu o seu limite e que por isso se desfaz em lágrimas. Como se nem ele próprio aguentasse tanto calor.
Daqui por duas semanas vou pôr-me a caminho da Galiza. Estou já, com este tempo, a preparar-me para o que me espera em Santiago de Compostela: a chuva.
Vou buscar, por isso, Garcia Lorca, para melhor traduzir o que sinto agora, à chuva. Troquem o Santiago, por Lisboa, por Salvador, por Nice, por onde melhor acharem...
MADRIGAL A CIBDA DE SANTIAGO
Chove en Santiago
meu doce amor.
Camelia branca do ar
brila entebrecida ô sol.
Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e de sono
cobren a valeira lúa.
Olla a choiva pol-a rúa,
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaído
soma e cinza do teu mar.
Soma e cinza do teu mar
Santiago, lonxe do sol.
Ãgoa da mañán anterga
trema no meu corazón.
Rua Nova; Fotógrafo: Anxo Iglesias, do Site de Turismo de Santiago
domingo, agosto 08, 2004
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