quarta-feira, agosto 18, 2004

Uma Questão de Expressionismo

O português não pára de me surpreender... o português, pessoa, não o português língua falada.

Isto porque, com a quantidade de analfabrutos (leia-se pessoas que sabem ler, mas que não lêem) que temos no nosso país, o nível das palavras que se utiliza é deveras cuidado. O que cria um paradigma: o uso de um vocabulário cuidado, ao mesmo tempo que se dão verdadeiros pontapés na gramática e no léxico mais corriqueiro.

É uma questão de estarmos atentos.

Das palavras com variações que eu conheço, creio que a mais famosa é a do 'número', que pode ser 'numaro' e até 'numbaro', se alguém conhecer outra que avise. O telefone, por exemplo, não raro é o 'tufone', o mesmo com a 'tuvisão' e a agora menos utilizada 'tufonia'.

Há quem sofra de câmbrias, quem tenha ataques cardiácos, quem vá passar férias a Bracelona, a Antenas, e goste muito do mar Mediterrânico, quem já não tenha pacência, quem ande de camineta, quem perca o quimbói e por aí fora...

Mas o que realmente me espanta, é que as pessoas que por regra utilizam estas expressões, são as primeiras a preferir dizer 'a que te referes', em vez de um vulgaríssmo 'o que é que queres dizer', ou 'optar' em vez de 'escolher', o que me leva a considerar, que se formos a ver isto pelo lado positivo, ainda conseguimos chegar a um português diferente e mais apresentável.

É claro que a gente que o falamos, porvalvemente, para não dizer óviamente, ainda cometerá alguns pequenos enganos. Mas que nada que não seja colmatado, num ápce, é uma questão de dar-les a estudar a matéria.

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