domingo, agosto 29, 2004

Recuerdos de Viagem II


mapa roubado ao site de Xoán M. Paredes


É inevitável apercebermo-nos da 'luta interna' que parece estar a ser travada na Galiza, pela manutenção da sua língua. Talvez pela manutenção da sua identidade.

Um fenómeno que considero de alguma forma semelhante ao que se passou na Irlanda, no início do século XX. Mas o tempo deu a vitória aos invasores. O gaélico já quase deixou de ser falado.

Parece-me que na Galiza, o que se passa é um pouco diferente. Assiste-se a uma 'luta' pela manutenção do idioma original. Em alguns sinais de estrada, a indicarem localidades, pode ver-se a 'correcção' para o galego, o que estiver escrito em castelhano. Um dos funcionários do turismo, por exemplo, traduziu-nos na íntegra para galego, um texto escrito em castelhano.

Foi um pouco chocante ter visto que a Galiza (através de uma associação) tem o estatuto de observador na CPLP e que procura integrar-se na comunidade, querendo ser considerada como língua portuguesa. Digo chocante, porque a meu ver o Galego é uma Língua, uma Identidade, não é Português. A sua origem é a mesma que a nossa, mas por alguma razão se chamava o Galego-Português e não apenas Galego, nem Português.

Mas depois de ler mais sobre o assunto, compreendo que talvez seja esta uma das saídas para que o Galego se afirme e ganhe forças dentro do seu território. A meu ver, e talvez seja uma observação errada, quando se perde a língua, perde-se a identidade, a cultura.

Não é possível ignorar o castelhano como língua dominante. Ela existe como tal. É o idioma nacional e o estrangeiro chama-lhe Espanhol, ou seja, a língua nacional. A nível comercial também o castelhano se impôs, a nível de turismo interno, seria impensável, não se ter uma língua comum. Da mesma forma que é impensável que os produtos não sejam todos eles escritos uniformemente, na mesma língua.

Mas é possível co-existir com ambos os idiomas, desde que haja vontade por parte das pessoas. Sabemos que a língua, por si, é comodista. Tende a acomodar-se às formas que melhor soam, que mais se falam, sem haver preocupação de manter a forma tradicional - por isso as línguas se modificam, por isso se chamam 'vivas'.

A mim entristece-me ver a possibilidade do Galego desaparecer. Acho-o uma língua lindíssima, e muito rica.

Quem estiver interessado em conhecer mais sobre a questão da língua galega, visite o Portal Galego da Língua

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