A newsletter do Centro de Informação Europeia Jacques Delors refere a tomada de posse do XVI Governo Português...
O link para a página, devido a celebrar-se o ano europeu da educação pelo desporto, é http://www.cijdelors.pt/?Newsletters/Desporto/XVI_Governo.pdf
Que dizer.. lá descobriram eles o carapau de corrida...
sábado, julho 31, 2004
sexta-feira, julho 30, 2004
A Uma Hora de Sábado
Momento de puro egoísmo:
Nunca a aproximação de um fim de semana me soube tão bem!
Nunca a aproximação de um fim de semana me soube tão bem!
Mass Destruction
O novo tema de 'No roots', o último álbum de Faithless é fantástico. 'Mass destruction' cativa pelo ritmo: uma batida forte, sem no entanto ser agressivo.
A não perder.
Atenção à letra:
Mass destruction
Whether long range weapon or suicide bomber
Wicked mind is a weapon of mass destruction
Whether you're a stowaway son or BBC 1
Misinformation is a weapon of mass destruction
You could be a Caucasian or a poor Asian
Racism is a weapon of mass destruction
Whether inflation or globalization
Fear is a weapon of mass destruction
My dad came into my room holding his hat
I knew he was leaving,
he sat on my bed told me some facts, son,
I have a duty, calling on me
You and your sister be brave my little soldier
And don't forget all I told ya
Your the mister of the house now remember this
And when you wake up in the morning give ya momma a kiss
Then I had to say goodbye
In the morning woke momma with a kiss on each eyelid,
Even though I'm only a kid
Certain things can't be hid
Momma grabbed me
Held me like I was made of gold
But left her inner stories untold
I said, momma it will be alright
When daddy comes home, tonight
Whether long range weapon or suicide bomber
Wicked mind is a weapon of mass destruction
Whether you're a stowaway son or BBC 1
Misinformation is a weapon of mass destruc
You could a Caucasian or a poor Asian
Racism is a weapon of mass destruction
Whether inflation or globalisation
Fear is a weapon of mass destruction
Whether Halliburton, Enron or anyone
Greed is a weapon of mass destruction
We need to find courage, overcome
Inaction is a weapon of mass destruction
Inaction is a weapon of mass destruction
Inaction is a weapon of mass destruction
My story stops here, lets be clear
This scenario is happening everywhere
And you ain't going to nirvana or farvana
You're coming right back here to live out your karma
With even more drama than previously
Seriously...
Just how many centuries have we been
waiting for someone else to make us free
And we refuse to see
That people overseas suffer just like we
Bad leadership and ego's unfettered and free
Who feed on the people they're supposed to lead
I don't need good people to pray and wait
For the lord to make it all straight
There's only now, do it right.
Cos I don't want your daddy, leaving home tonight
Whether long range weapon or suicide bomber
Wicked mind is a weapon of mass destruction
Whether you're a stowaway son or BBC 1
Misinformation is a weapon of mass destruc
You could be a Caucasian or a poor Asian
Racism is a weapon of mass destruction
Whether inflation or globalization
Fear is a weapon of mass destruction
Whether Halliburton, Enron or anyone
Greed is a weapon of mass destruction
We need to find courage, overcome
Inaction is a weapon of mass destruction
Inaction is a weapon of mass destruction
Inaction is a weapon of mass destruction
Faithless
quinta-feira, julho 29, 2004
Quinta Feira Novamente
E como as coisas andam, nada como o dadaísmo para nos ajudar a melhor nos acomodarmos...
Tristan Tzara, 1896, Moinesti, Roménia - Dezembro 1963, Paris, França
Chanson Dada
I
la chanson d'un dadaïste
qui avait dada au coeur
fatiguait trop son moteur
qui avait dada au coeur
l'ascenseur portait un roi
lourd fragile autonome
il coupa son grand bras droit
l'envoya au pape à rome
c'est pourquoi
l'ascenseur
n'avait plus dada au coeur
mangez du chocolat
lavez votre cerveau
dada
dada
buvez de l'eau
II
la chanson d'un dadaïste
qui n'était ni gai ni triste
et aimait une bicycliste
qui n'était ni gaie ni triste
mais l'époux le jour de l'an
savait tout et dans une crise
envoya au vatican
leurs deux corps en trois valises
ni amant
ni cycliste
n'étaient plus ni gais ni tristes
mangez de bons cerveaux
lavez votre soldat
dada
dada
buvez de l'eau
III
la chanson d'un bicycliste
qui était dada de coeur
qui était donc dadaïste
comme tous les dadas de coeur
un serpent portait des gants
il ferma vite la soupape
mit des gants en peau d'serpent
et vient embrasser le pape
c'est touchant
ventre en fleur
n'avait plus dada au coeur
buvez du lait d'oiseaux
lavez vos chocolats
dada
dada
mangez du veau
Tristan Tzara (1923)
Tristan Tzara, 1896, Moinesti, Roménia - Dezembro 1963, Paris, França
Chanson Dada
I
la chanson d'un dadaïste
qui avait dada au coeur
fatiguait trop son moteur
qui avait dada au coeur
l'ascenseur portait un roi
lourd fragile autonome
il coupa son grand bras droit
l'envoya au pape à rome
c'est pourquoi
l'ascenseur
n'avait plus dada au coeur
mangez du chocolat
lavez votre cerveau
dada
dada
buvez de l'eau
II
la chanson d'un dadaïste
qui n'était ni gai ni triste
et aimait une bicycliste
qui n'était ni gaie ni triste
mais l'époux le jour de l'an
savait tout et dans une crise
envoya au vatican
leurs deux corps en trois valises
ni amant
ni cycliste
n'étaient plus ni gais ni tristes
mangez de bons cerveaux
lavez votre soldat
dada
dada
buvez de l'eau
III
la chanson d'un bicycliste
qui était dada de coeur
qui était donc dadaïste
comme tous les dadas de coeur
un serpent portait des gants
il ferma vite la soupape
mit des gants en peau d'serpent
et vient embrasser le pape
c'est touchant
ventre en fleur
n'avait plus dada au coeur
buvez du lait d'oiseaux
lavez vos chocolats
dada
dada
mangez du veau
Tristan Tzara (1923)
quarta-feira, julho 28, 2004
Em Agosto, a Lua é Azul
Blue Moon
Blue moon, you saw me standing alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
Blue moon, you know just what I was there for
You heard me saying a prayer for
Someone I really do care for
And then suddenly appeared before me
The only one my arms could ever hold
I heard somebody whisper please adore me
But when I looked that moon had turned to gold
Blue moon, now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
Without a love of my own
Blue moon…
Esta é a canção, mas o termo 'Blue Moon' existe mesmo, e aplica-se às alturas em que a Lua Cheia ocorre duas vezes no mesmo mês.
O Pedro Félix explica tudo isso aqui
terça-feira, julho 27, 2004
Somerset Maugham
in Encyclopaedia Britannica Online
Voltei a pegar no Somerset Maugham. Há uns anos li muito do que ele escreveu, falhando a 'Servidão Humana' por achar muito cedo (eu tinha 20 anos). Disseram-me também na altura que gostar de WSM com essa idade era sinal de se ser uma pessoa céptica e que não tinha idade para isso... mas se na altura eu já o era, não era por causa dele.
Também falhei o 'Liza, a Pecadora', mas porque não o encontrei, quando o encontrei não tinha dinheiro para o comprar e depois desinteressei-me.
Poucos anos depois, voltei a ler um dos seus livros, e aborreci-me de morte. Achei-o demasiado repetitivo.
Agora voltei a pegar nele. E a sentir o mesmo prazer de há anos atrás.
Somerset Maugham é vaidoso, arrogante, cínico, mordaz, cáustico. Características muito bem equilibradas numa mesma personalidade, sendo que em vez de se tornar uma criatura insuportável, muito pelo contrário, é um tipo muito divertido (nos seus livros, entenda-se... porque se o conhecesse pessoalmente, acredito que não o iria suportar).
Ao mesmo tempo consegue ter uma profunda compreensão pelas falhas humanas. E mostra que todos somos fracos em algum ponto. Que todos erramos e que por essa razão, devemos medir bem as nossas acusações.
Claro, que também demonstra uma preferência descarada pelos que mais falhas têm, como se quisesse chocar quem o lê. Como uma criança caprichosa. Mas é divertido, tem um sentido de humor com que me identifico bastante. E por outro lado, parece-me que na sua ânsia de se desprender daquilo que o emociona, ou que parece estar a prendê-lo, procura a saída da gargalhada, como se o rir o ajudasse a soltar-se. E pela via cómica, consegue dar grandes lições, parodiar estereotipos, e fazer-nos ter compaixão por figuras fracas, patéticas, mas de bom fundo.
Mas é ao mesmo tempo dono de uma lucidez única, e de raciocínios sublimes: 'Sinto-me, muitas vezes, cansado de mim mesmo e tenho a impressão de que, viajando, poderei enriquecer a minha personalidade e assim mudar um pouco', escreve no 'Cavalheiro de Salão' (escolho esta, e este livro, porque foi precisamente no que peguei...)
Acredito que está muito seriamente a voltar a ser um dos meus escritores preferidos.
Alguma informação sobre WSM na British Library
E algumas citações em The Quotations Page
segunda-feira, julho 26, 2004
Regresso II
Acordo para saber que Carlos Paredes morreu.
Devo dizer, que ao menos, durante todo este tempo em que ele aguardou a morte, que lhe tenha sido possível tocar e compor sem parar, no fundo da sua alma...
A foto fui roubá-la ao Viriato.
Devo dizer, que ao menos, durante todo este tempo em que ele aguardou a morte, que lhe tenha sido possível tocar e compor sem parar, no fundo da sua alma...
A foto fui roubá-la ao Viriato.
Regresso
Depois de uma semana de puro relaxe, volto não apenas a casa, mas também à realidade, que durante sete dias me esforcei por ignorar.
Mas não há como ignorar o fogo que lavrava ao pé de Torre Novas, enquanto percorríamos a A1. Não há como ignorar as chamas, o calor, o fumo. De forma, talvez, pueril, assaltou-me o horror ao imaginar quantos animais morreram neste dia. Não só aqui, mas na Arrábida, em Monchique. De forma ainda mais pueril, revejo as imagens das pessoas nos carros, à beira da estrada, divididas entre a oportunidade de estarem em directo na televisão e o pânico do fogo que se aproxima. As imagens colhidas pela TV em que o entrevistado está a dizer ao jornalista e ao câmera para se afastarem, porque as chamas se aproximam. Imagens, sem dúvida, emocionantes. Ao mesmo tempo, implacáveis.
O país está em alerta laranja. Bela definição. Também concordo. Não pelos mesmos motivos. O país está em alerta laranja, porque mais uma vez, o fogo arrasa o nosso património natural. E apesar do calor, grave, sem dúvida, que mata e corrói, que dizer dos incêncios?
Apenas me chega que a maior preocupação do novo Ministro do Ambiente, é retratar-se do seu passado.
Poderão vir dizer que os incêndios deste Verão não foram piores que os do ano passado. Pois. Que resta ainda para arder?
Mas não há como ignorar o fogo que lavrava ao pé de Torre Novas, enquanto percorríamos a A1. Não há como ignorar as chamas, o calor, o fumo. De forma, talvez, pueril, assaltou-me o horror ao imaginar quantos animais morreram neste dia. Não só aqui, mas na Arrábida, em Monchique. De forma ainda mais pueril, revejo as imagens das pessoas nos carros, à beira da estrada, divididas entre a oportunidade de estarem em directo na televisão e o pânico do fogo que se aproxima. As imagens colhidas pela TV em que o entrevistado está a dizer ao jornalista e ao câmera para se afastarem, porque as chamas se aproximam. Imagens, sem dúvida, emocionantes. Ao mesmo tempo, implacáveis.
O país está em alerta laranja. Bela definição. Também concordo. Não pelos mesmos motivos. O país está em alerta laranja, porque mais uma vez, o fogo arrasa o nosso património natural. E apesar do calor, grave, sem dúvida, que mata e corrói, que dizer dos incêncios?
Apenas me chega que a maior preocupação do novo Ministro do Ambiente, é retratar-se do seu passado.
Poderão vir dizer que os incêndios deste Verão não foram piores que os do ano passado. Pois. Que resta ainda para arder?
domingo, julho 18, 2004
Apaguei o último post
Não era aquilo que queria escrever.
Quando voltar, nessa altura, dedicar-me-ei a elaborar uma nota sobre as desistências que se têm vindo a dar na blogosfera, o que em alguns casos poderão ser tristes/preocupantes. Falta de férias? Falta de paciência? O tempo o dirá.
E eu também direi alguma coisa, daqui a uma semana.
Quando voltar, nessa altura, dedicar-me-ei a elaborar uma nota sobre as desistências que se têm vindo a dar na blogosfera, o que em alguns casos poderão ser tristes/preocupantes. Falta de férias? Falta de paciência? O tempo o dirá.
E eu também direi alguma coisa, daqui a uma semana.
sexta-feira, julho 16, 2004
O GATO VAI DE FÉRIAS
E é assim...
Fazer a minha desintoxicação urbana, virtual, cerebral.
Por em funcionamento todas as minhas características felinas e deitar-me a ver o Sol trabalhar...
Até daqui a uma semana.
Fazer a minha desintoxicação urbana, virtual, cerebral.
Por em funcionamento todas as minhas características felinas e deitar-me a ver o Sol trabalhar...
Até daqui a uma semana.
Human Croquet
Alguém do New Statesman escreve sobre o Human Croquet de Kate Atkinson, que é 'A belly-laugh a page... Atkinson is a gifted storyteller'. Só concordo com a segunda frase. Para mim, Human Croquet está longe de ser uma barrigada de gargalhadas.
Ultimamente têm-me vindo parar às mãos livros de autores, aliás, autoras inglesas, profundamente desconcertantes. Border Crossing, de Pat Barker é um deles: uma novela onde se retrata a história de uma criança que assassina uma idosa e do psicólogo que a condena.
Já Human Croquet, é também uma experiência marcante. Desde episódios alucinantes, onde o tempo é de uma importância extraodinária, passando por momentos violentos, contados com um desprendimento, que por isso mesmo quase nos deixam gelados.
É também uma história de ironias, onde nada parece correcto, tudo parece ser o resultado de uma profunda injustiça. Mas também, quem disse que a vida é justa?
Parece-me que está a surgir uma nova geração de autores ingleses que trazem consigo uma reviravolta no cenário literário. Bridget Jones é, sem dúvida, o surgimento da nova heroína, mas de uma forma patética. Brilhantemente patética, entenda-se. Por outro lado, autores como David Lodge, a meu ver, já marcaram a sua presença. E outra está a surgir.
Talvez seja no universo feminino que esta nova tendência se regista. Onde ganha forma uma ternurenta crueldade, como expressão. Até mesmo em JK Rowling, e nos seus Harry Potter, nos apercebemos dessa tendência para não ocultar o que pode ser a realidade, ou para demonstrar uma outra visão dessa realidade.
A meu ver, Human Croquet é um livro fascinante: poético, hipnotizante, à vez divertido e chocante, triste e alegre. Ternurento e duro. Escrito de forma brilhante. Um exercício de inteligência.
Ps - A capa que aparece é da versão gravada, mas é igual à do meu livro. Por isso a adoptei.
Ultimamente têm-me vindo parar às mãos livros de autores, aliás, autoras inglesas, profundamente desconcertantes. Border Crossing, de Pat Barker é um deles: uma novela onde se retrata a história de uma criança que assassina uma idosa e do psicólogo que a condena.
Já Human Croquet, é também uma experiência marcante. Desde episódios alucinantes, onde o tempo é de uma importância extraodinária, passando por momentos violentos, contados com um desprendimento, que por isso mesmo quase nos deixam gelados.
É também uma história de ironias, onde nada parece correcto, tudo parece ser o resultado de uma profunda injustiça. Mas também, quem disse que a vida é justa?
Parece-me que está a surgir uma nova geração de autores ingleses que trazem consigo uma reviravolta no cenário literário. Bridget Jones é, sem dúvida, o surgimento da nova heroína, mas de uma forma patética. Brilhantemente patética, entenda-se. Por outro lado, autores como David Lodge, a meu ver, já marcaram a sua presença. E outra está a surgir.
Talvez seja no universo feminino que esta nova tendência se regista. Onde ganha forma uma ternurenta crueldade, como expressão. Até mesmo em JK Rowling, e nos seus Harry Potter, nos apercebemos dessa tendência para não ocultar o que pode ser a realidade, ou para demonstrar uma outra visão dessa realidade.
A meu ver, Human Croquet é um livro fascinante: poético, hipnotizante, à vez divertido e chocante, triste e alegre. Ternurento e duro. Escrito de forma brilhante. Um exercício de inteligência.
Ps - A capa que aparece é da versão gravada, mas é igual à do meu livro. Por isso a adoptei.
Fizeram alterações no Blogger
E pelos vistos, não é um mal nacional isto de ser 'pior a emenda que o soneto'.
À conta destas alterações não estou a conseguir
- colocar imagens no blog
- colocar mensagens no blog (se esta for colocada é por milagre).
Pergunto-me, pergunto-me se não será uma estratégia para depois recebermos um e-mail a dizer 'deseja um blog funcional? então adira ao nosso programa extra-blog-miraculous, pela módica quantia de... $'
ai ai...
À conta destas alterações não estou a conseguir
- colocar imagens no blog
- colocar mensagens no blog (se esta for colocada é por milagre).
Pergunto-me, pergunto-me se não será uma estratégia para depois recebermos um e-mail a dizer 'deseja um blog funcional? então adira ao nosso programa extra-blog-miraculous, pela módica quantia de... $'
ai ai...
quinta-feira, julho 15, 2004
Porque Hoje é Quinta-Feira
Mas para Vinicius é Sábado...
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois da fecundação da terra
E depois, da genese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres com as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos mares de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, nem serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior dos instintos dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocaçoes morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
Vinicius de Morais, d'O Dia da Criação
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois da fecundação da terra
E depois, da genese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres com as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos mares de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, nem serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior dos instintos dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocaçoes morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
Vinicius de Morais, d'O Dia da Criação
Antes de Publicar o Costumeiro Post de Quinta Feira, Quero Escrever Uma Coisita:
&%$#% deste blogger que NÃO FUNCIONA!!!!!!
%$/*@£ que o §[}#$
%$/*@£ que o §[}#$
Admirável Mundo Novo
E foi assim: botámos discurso, uns contra, outros a favor. Expressámos as nossas ideias, mostrámos com o que é que concordávamos com o que é que discordávamos. Muito teclámos. E apesar de tudo, parece que ninguém nos viu - neste caso leu.
E de repente, parece-me que alguns de nós se começaram a dar conta disso, ou pior, de que as expectativas que tinham relativamente ao papel que poderiam representar na sociedade, através da blogosfera foram defraudadas.
No fundo, a blogosfera está ainda em crescimento entre nós. Não representa, ainda, a força a que talvez alguns almejem. Isso vê-se nos comentários. A tertúlia de que falava ainda não tem expressão suficiente. O mundo ainda não está aberto. A mente ainda não está desperta. O fenómeno decorre a portas fechadas, curiosamente, com milhões de pessoas envolvidas. Mas não chega.
Mas apesar de tudo, apesar de ainda não ter a força, ou convenientemente, não lhe ser concedida a importância, a pouco e pouco ela irá ganhando o seu lugar.
Acima de tudo, é um espaço de discussão, onde a opinião passa e livremente. Onde cada um expõe as suas ideias, e é ele próprio quem dita as regras. E esses espaços de expressão são muito importantes. E de uma forma ou de outra, tendem a crescer. É uma questão de tempo
Não ganhou ainda o seu espaço. É preciso dedicar tempo à blogosfera. E sei bem do que falo, quando o escrevo. Dedicar tempo que nem todos temos. Não é o mesmo que ler um jornal, ou que ouvir a rádio. É preciso dedicar tempo.
Mas lá havemos de chegar...
E de repente, parece-me que alguns de nós se começaram a dar conta disso, ou pior, de que as expectativas que tinham relativamente ao papel que poderiam representar na sociedade, através da blogosfera foram defraudadas.
No fundo, a blogosfera está ainda em crescimento entre nós. Não representa, ainda, a força a que talvez alguns almejem. Isso vê-se nos comentários. A tertúlia de que falava ainda não tem expressão suficiente. O mundo ainda não está aberto. A mente ainda não está desperta. O fenómeno decorre a portas fechadas, curiosamente, com milhões de pessoas envolvidas. Mas não chega.
Mas apesar de tudo, apesar de ainda não ter a força, ou convenientemente, não lhe ser concedida a importância, a pouco e pouco ela irá ganhando o seu lugar.
Acima de tudo, é um espaço de discussão, onde a opinião passa e livremente. Onde cada um expõe as suas ideias, e é ele próprio quem dita as regras. E esses espaços de expressão são muito importantes. E de uma forma ou de outra, tendem a crescer. É uma questão de tempo
Não ganhou ainda o seu espaço. É preciso dedicar tempo à blogosfera. E sei bem do que falo, quando o escrevo. Dedicar tempo que nem todos temos. Não é o mesmo que ler um jornal, ou que ouvir a rádio. É preciso dedicar tempo.
Mas lá havemos de chegar...
quarta-feira, julho 14, 2004
Venham eles!
António José Seguro poderá comunicar a sua decisão mais logo, na reunião da Comissão Política do PS. Ao que tudo indica, o momento será também escolhido para o anúncio da candidatura de José Sócrates.
Dos outros candidatos, José Lamego mantém a candidatura, gorada que está a de António Vitorino. Já João Soares diz estar convencido que é o melhor candidato para travar a direita «que está a conduzir o pais para a desgraça».
Quantos filiados terá o PS? Daqui a pouco até a mulher das limpezas que não tem nada a ver com aquilo e até vota PSD vai ser candidata...
Dos outros candidatos, José Lamego mantém a candidatura, gorada que está a de António Vitorino. Já João Soares diz estar convencido que é o melhor candidato para travar a direita «que está a conduzir o pais para a desgraça».
Quantos filiados terá o PS? Daqui a pouco até a mulher das limpezas que não tem nada a ver com aquilo e até vota PSD vai ser candidata...
Mas afinal, os gajos até pensam!!
Carmona Rodrigues quer assumir presidência da Câmara
Ora, quem será a pessoa mais indicada para herdar o túnel se não o próprio Ministro das Obras Públicas, mh?
Ora, quem será a pessoa mais indicada para herdar o túnel se não o próprio Ministro das Obras Públicas, mh?
terça-feira, julho 13, 2004
PABLO NERUDA
Celebraram-se, ontem, os 100 anos sobre o seu nascimento.
Eis um dos seus poemas que eu prefiro
E nem sequer é quinta-feira...
PLENOS PODERES
A PURO sol escribo, a plena calle,
a pleno mar, en donde puedo canto,
sólo la noche errante me detiene
pero en su interrupción recojo espacio,
recojo sombra para mucho tiempo.
El trigo negro de la noche crece
mientras mis ojos miden la pradera
y así de sol a sol hago las llaves:
busco en la oscuridad las cerraduras
y voy abriendo al mar las puertas rota
hasta llenar armarios con espuma.
Y no me canso de ir y de volver;
no me para la muerte con su piedra,
no me canso de ser y de no ser.
A veces me pregunto si de donde
si de padre o de madre o cordillera
heredé los deberes minerales,
los hilos de un océano encendido
y sé que sigo y sigo porque sigo
y canto porque canto y porque canto.
No tiene explicación lo que acontece
cuando cierro los ojos y circulo
como entre dos canales submarinos,
uno a morir me lleva en su ramaje
y el otro canta para que yo cante.
Así pues de no ser estoy compuesto
y como el mar asalta el arrecife
con cápsulas saladas de blancura
y retrata la piedra con la ola,
así lo que en la muerte me rodea
abre en mí la ventana de la vida
y en pleno paroxismo estoy durmiendo.
A plena luz camino por la sombra.
Pablo Neruda
Eis um dos seus poemas que eu prefiro
E nem sequer é quinta-feira...
PLENOS PODERES
A PURO sol escribo, a plena calle,
a pleno mar, en donde puedo canto,
sólo la noche errante me detiene
pero en su interrupción recojo espacio,
recojo sombra para mucho tiempo.
El trigo negro de la noche crece
mientras mis ojos miden la pradera
y así de sol a sol hago las llaves:
busco en la oscuridad las cerraduras
y voy abriendo al mar las puertas rota
hasta llenar armarios con espuma.
Y no me canso de ir y de volver;
no me para la muerte con su piedra,
no me canso de ser y de no ser.
A veces me pregunto si de donde
si de padre o de madre o cordillera
heredé los deberes minerales,
los hilos de un océano encendido
y sé que sigo y sigo porque sigo
y canto porque canto y porque canto.
No tiene explicación lo que acontece
cuando cierro los ojos y circulo
como entre dos canales submarinos,
uno a morir me lleva en su ramaje
y el otro canta para que yo cante.
Así pues de no ser estoy compuesto
y como el mar asalta el arrecife
con cápsulas saladas de blancura
y retrata la piedra con la ola,
así lo que en la muerte me rodea
abre en mí la ventana de la vida
y en pleno paroxismo estoy durmiendo.
A plena luz camino por la sombra.
Pablo Neruda
domingo, julho 11, 2004
Lá vi o nosso mais recente Primeiro
E devo confessar que me impressionou a sua nova postura:
Sério, moderado, já a falar como um primeiro ministro... isto de facto, promete...
Quem o viu e quem o vê...
Sério, moderado, já a falar como um primeiro ministro... isto de facto, promete...
Quem o viu e quem o vê...
ESPERA LÁ!!!
Isto é tudo muito bonito! Sampaio, traidor, Zéca Barroso, desertor, Santa e Portas no Governo, mas estamos a esquecer uma coisa muito importante:
QUEM É QUE VAI FICAR COM O BURACO DO MARQUÊS? perdão, COM O TÚNEL DE LISBOA? c'o caraças, não acerto, COM A CÂMARA DE LISBOA, O BURACO, O TÚNEL, O MARQUÊS, O CARAÇAS?!
QUEM É QUE VAI FICAR COM O BURACO DO MARQUÊS? perdão, COM O TÚNEL DE LISBOA? c'o caraças, não acerto, COM A CÂMARA DE LISBOA, O BURACO, O TÚNEL, O MARQUÊS, O CARAÇAS?!
sábado, julho 10, 2004
Por outro lado,
A situação já me estava a preocupar. Por uns momentos pensei que de repente isto corria o risco de se tornar um país sério. E aí, sim, é que tínhamos com que nos preocupar.
Uma quantidade de responsabilidades: passar a levar as eleições a sério, obrigar os políticos a serem sérios, obrigá-los a cumprir mandatos, a cumprir as promessas, possivelmente íamos exigir a criação de um tribunal que julgasse a conduta de um político.
E os nossos políticos estarão preparados para isso? O que é que ia acontecer? Depois disso ainda íamos exigir ter mais direitos, referendos por dá cá aquela palha... Ia ser uma dor de cabeça. E só o dinheiro que se gasta nisso é um exagero. Não se justifica.
Está aí o Verão, vamos todos de férias, e quando voltarmos, bronzeados e descansados, vamos perceber que isto foi tudo uma tempestade num copo de água.
Nós é que nos preocupamos inutilmente. Vai ser diferente do que já estava?
Uma quantidade de responsabilidades: passar a levar as eleições a sério, obrigar os políticos a serem sérios, obrigá-los a cumprir mandatos, a cumprir as promessas, possivelmente íamos exigir a criação de um tribunal que julgasse a conduta de um político.
E os nossos políticos estarão preparados para isso? O que é que ia acontecer? Depois disso ainda íamos exigir ter mais direitos, referendos por dá cá aquela palha... Ia ser uma dor de cabeça. E só o dinheiro que se gasta nisso é um exagero. Não se justifica.
Está aí o Verão, vamos todos de férias, e quando voltarmos, bronzeados e descansados, vamos perceber que isto foi tudo uma tempestade num copo de água.
Nós é que nos preocupamos inutilmente. Vai ser diferente do que já estava?
Programa Você (não) Decide:
A Direcção do programa, gostaria de anunciar a todos os espectadores que a grelha anunciada se manterá para os próximos dois anos, porém noutro formato, com várias novidades.
Temos, no entanto, o prazer de anunciar uma adição: desta vez, e pela primeira, em nove anos, vamos ter um número glorioso e único: o próprio director do programa estará atento ao decorrer dos episódios, podendo, ainda em caso extremis e caso seja mesmo, mesmo, mesmo, levado a isso, a dissolver o formato que acabou de aceitar.
Devido a características bastante específicas deste programa, a Direcção lamenta informar que não será possível aos espectadores votarem, mas propõe como prémio de consolação, aderirem em massa ao formato mais próximo que decorrerá dentro de em breve e onde poderão optar por escolher um novo director de programação.
Por qualquer (mas de todo não voluntário) incómodo causado, apresentamos as nossas mais sentidas desculpas,
A Direcção
Temos, no entanto, o prazer de anunciar uma adição: desta vez, e pela primeira, em nove anos, vamos ter um número glorioso e único: o próprio director do programa estará atento ao decorrer dos episódios, podendo, ainda em caso extremis e caso seja mesmo, mesmo, mesmo, levado a isso, a dissolver o formato que acabou de aceitar.
Devido a características bastante específicas deste programa, a Direcção lamenta informar que não será possível aos espectadores votarem, mas propõe como prémio de consolação, aderirem em massa ao formato mais próximo que decorrerá dentro de em breve e onde poderão optar por escolher um novo director de programação.
Por qualquer (mas de todo não voluntário) incómodo causado, apresentamos as nossas mais sentidas desculpas,
A Direcção
sexta-feira, julho 09, 2004
Se calhar até se justifica uma passagem de Dickens...
'It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to Heaven, we were all going direct the other way--in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only.'
Charles Dickens, A Tale of Two Cities
Charles Dickens, A Tale of Two Cities
Queres ver? Queres ver?
Queres ver que o gajo arranjou esta confusão toda e isto não vai dar em nada, queres ver?
Os grupos Socialista e dos Verdes no Parlamento Europeu desmentiram a existência de qualquer acordo garantindo a aprovação prévia do ainda primeiro-ministro português, Durão Barroso, para o cargo de presidente da Comissão Europeia, estranhando, por isso, que o ex-presidente do PSD já se tenha demitido do cargo de líder do Executivo.
Os grupos Socialista e dos Verdes no Parlamento Europeu desmentiram a existência de qualquer acordo garantindo a aprovação prévia do ainda primeiro-ministro português, Durão Barroso, para o cargo de presidente da Comissão Europeia, estranhando, por isso, que o ex-presidente do PSD já se tenha demitido do cargo de líder do Executivo.
quinta-feira, julho 08, 2004
Houve pique-nique lá para Bruxelas
Seis produtos regionais alentejanos protegidos.
Seis produtos agrícolas portugueses à base de carne foram adicionados à lista de produtos europeus protegidos, anunciou hoje a Comissão Europeia, em Bruxelas.
A malta levou a bucha e deu a experimentar lá aos comissários. Ele foi as paias, os chouriços, e a boa da morcela. Acompanhado por um bom Borbazito e o pedacito de pão, foram um sucesso! Só era preciso era experimentar.
Seis produtos agrícolas portugueses à base de carne foram adicionados à lista de produtos europeus protegidos, anunciou hoje a Comissão Europeia, em Bruxelas.
A malta levou a bucha e deu a experimentar lá aos comissários. Ele foi as paias, os chouriços, e a boa da morcela. Acompanhado por um bom Borbazito e o pedacito de pão, foram um sucesso! Só era preciso era experimentar.
Hoje é Quinta Feira
Hero and Leander
It lies not in our power to love or hate,
For will in us is over-rul'd by fate.
hen two are stript long ere the course begin,
We wish that one should lose, the other win;
And one especially do we affect
Of two gold ingots, like in each respect:
The reason no man knows; let it suffice,
What we behold is censur'd by our eyes.
Where both deliberate, the love is slight:
Who ever lov'd, that lov'd not at first sight.
Christopher Marlowe
It lies not in our power to love or hate,
For will in us is over-rul'd by fate.
hen two are stript long ere the course begin,
We wish that one should lose, the other win;
And one especially do we affect
Of two gold ingots, like in each respect:
The reason no man knows; let it suffice,
What we behold is censur'd by our eyes.
Where both deliberate, the love is slight:
Who ever lov'd, that lov'd not at first sight.
Christopher Marlowe
quarta-feira, julho 07, 2004
Momentos de Verão
Para aqueles momentos em que as recordações de Verão falam mais alto...
40 GRAUS À SOMBRA
no fundo da avenida
bebendo um capilé
quarenta graus à sombra
nas mesas de café
e aquela rapariga
eu já nem sei o que dizer
o que fazer
mediterrâneo agosto
é pleno verão
sol a pino
e eu faço uma revolução
parte um navio
desce a maré
vejo o céu vermelho
tomara que estivesse a arder
e aquela rapariga
já nem sei o que dizer
o que fazer
mediterrâneo agosto
é pleno verão
sol a pino
e eu faço uma revolução
RADAR KADAFI
40 GRAUS À SOMBRA
no fundo da avenida
bebendo um capilé
quarenta graus à sombra
nas mesas de café
e aquela rapariga
eu já nem sei o que dizer
o que fazer
mediterrâneo agosto
é pleno verão
sol a pino
e eu faço uma revolução
parte um navio
desce a maré
vejo o céu vermelho
tomara que estivesse a arder
e aquela rapariga
já nem sei o que dizer
o que fazer
mediterrâneo agosto
é pleno verão
sol a pino
e eu faço uma revolução
RADAR KADAFI
Isto está bem pensado...
Os partidos trocam acusações mútuas, qual aldeia de irredutíveis gauleses.
Os jornais e televisões, terminado o Euro, viram a sua atenção para a 'crise política'.
O povinho vai-se fartando e cansando. Quando já não quiser saber se há eleições antecipadas, ou se é nomeado um novo primeiro-ministro. Quiser que se resolva rapidamente, para se passar à frente, então nessa altura, é anunciada a solução. O pessoal respira de alívio e não resmunga. Agrade, ou não, o que vier.
Está bem pensado, ou não?
Os jornais e televisões, terminado o Euro, viram a sua atenção para a 'crise política'.
O povinho vai-se fartando e cansando. Quando já não quiser saber se há eleições antecipadas, ou se é nomeado um novo primeiro-ministro. Quiser que se resolva rapidamente, para se passar à frente, então nessa altura, é anunciada a solução. O pessoal respira de alívio e não resmunga. Agrade, ou não, o que vier.
Está bem pensado, ou não?
Olha, pá,
o Anarca, pá, é que tem razão.
Isto ao menos está tudo preparado para governar. É uma alegria! Bem se fala da arte do desenrascanço português. Dá-se sempre um jeitinho.
Isto ao menos está tudo preparado para governar. É uma alegria! Bem se fala da arte do desenrascanço português. Dá-se sempre um jeitinho.
terça-feira, julho 06, 2004
Na capital do Império. 3 da tarde
Voz feminina gravada - 'XPTO Comunicações, serviço de informações, pretende o número de telefone de uma instituição, morada ou empresa? Sim ou Não?'
Pessoa já incomodada por ter que responder a uma gravação, no meio de uma sala cheia de gente (baixinho) - 'Não'
Voz feminina gravada, em tom ligeiramente alterado - Lamento, mas não percebemos a sua resposta. Diga sim ou não. pretende, o número de telefone de uma instituição, morada ou empresa? Sim ou Não?'
Pessoa, surpreendida por ligeira agressividade detectada, responde claramente - 'Não'
Voz feminina gravada, voltando ao tom inicial - 'Pretende morada de uma instituição, telefone ou empresa? Diga Sim ou Não.'
Pessoa aborrecida, a pensar que é assim que as telecomunicações fazem fortunas, a empatar com gravações destas, (com desdém) - Naaaaao...
Voz feminina gravada, desta vez em tom bastante aborrecido - Lamentamos mas os nossos registos não conseguem compreender a resposta dada. RESPONDA SIM OU NÃO. Pretende morada de uma instituição, telefone ou empresa? Diga Sim ou Não.'
Pessoa surpreendida e com vontade de mandar a gravação a um sítio, recorre à opção de ficar em silêncio.
Voz feminina gravada, em tom ofendido - 'Por favor aguarde, enquanto transferimos a sua chamada para um operador'
Pessoa sem coragem para dizer seja o que for, não vá à voz feminina gravada saltar-lhe a tampa : 'Já não era sem tempo! Cabra!'
Pessoa já incomodada por ter que responder a uma gravação, no meio de uma sala cheia de gente (baixinho) - 'Não'
Voz feminina gravada, em tom ligeiramente alterado - Lamento, mas não percebemos a sua resposta. Diga sim ou não. pretende, o número de telefone de uma instituição, morada ou empresa? Sim ou Não?'
Pessoa, surpreendida por ligeira agressividade detectada, responde claramente - 'Não'
Voz feminina gravada, voltando ao tom inicial - 'Pretende morada de uma instituição, telefone ou empresa? Diga Sim ou Não.'
Pessoa aborrecida, a pensar que é assim que as telecomunicações fazem fortunas, a empatar com gravações destas, (com desdém) - Naaaaao...
Voz feminina gravada, desta vez em tom bastante aborrecido - Lamentamos mas os nossos registos não conseguem compreender a resposta dada. RESPONDA SIM OU NÃO. Pretende morada de uma instituição, telefone ou empresa? Diga Sim ou Não.'
Pessoa surpreendida e com vontade de mandar a gravação a um sítio, recorre à opção de ficar em silêncio.
Voz feminina gravada, em tom ofendido - 'Por favor aguarde, enquanto transferimos a sua chamada para um operador'
Pessoa sem coragem para dizer seja o que for, não vá à voz feminina gravada saltar-lhe a tampa : 'Já não era sem tempo! Cabra!'
segunda-feira, julho 05, 2004
Minhas senhoras, meus senhores
gostei muito deste bocadinho, mas tenho mesmo que me ir embora. Quer queiram, quer não queiram, estou convicto de que a estabilidade política está garantida! Foi mesmo só com essa condição que eu disse que me ia!
Cuidem-se, não armem conflitos partidários, pensem uns nos outros e no bem do país. Eu vou fazer o mesmo.
Vencer pela exaustão
O jornalista que está neste momento na Sic Gold (em directo, entenda-se), a comentar a entrega das medalhas pelo Presidente da República aos jogadores de futebol, nem na rádio fazia sucesso.
Fala sem intervalos. Depressa. Sem parar um momento. Pergunto-me onde consegue ele ganhar fôlego. Cansa. Irrita. Não dá tréguas ao espectador. Será que em casa não o deixam falar e ele desforra-se na tv?
Fala sem intervalos. Depressa. Sem parar um momento. Pergunto-me onde consegue ele ganhar fôlego. Cansa. Irrita. Não dá tréguas ao espectador. Será que em casa não o deixam falar e ele desforra-se na tv?
Deixa-me lá ver se percebo...
João Jardim volta a falar em golpe de Estado
O Presidente do Governo Regional da Madeira reafirmou, no domingo passado, a ideia de que as eleições antecipadas significam um golpe de Estado constitucional e desafiou o PSD e o CDS a não participar nessa eventual ida a votos.
Eleições democráticas são um golpe de estado... sucessões dinásticas, sem o aval do povo é democrático...
O Presidente do Governo Regional da Madeira reafirmou, no domingo passado, a ideia de que as eleições antecipadas significam um golpe de Estado constitucional e desafiou o PSD e o CDS a não participar nessa eventual ida a votos.
Eleições democráticas são um golpe de estado... sucessões dinásticas, sem o aval do povo é democrático...
Errar é Humano. Mas olhem qu'isto...
Bush volta a defender guerra no Iraque.
O presidente norte-americano, George W. Bush, voltou hoje a defender a decisão de invadir o Iraque e disse-se convencido de que os Estados Unidos estão mais seguros com Saddam Hussein na prisão.
Há que dizer que de facto devem ser mesmo SÓ os Estados Unidos quem está mais seguro... outro que sacode a água do capote... e o resto que se amanhe.
O presidente norte-americano, George W. Bush, voltou hoje a defender a decisão de invadir o Iraque e disse-se convencido de que os Estados Unidos estão mais seguros com Saddam Hussein na prisão.
Há que dizer que de facto devem ser mesmo SÓ os Estados Unidos quem está mais seguro... outro que sacode a água do capote... e o resto que se amanhe.
NÃO RETIREM JÁ AS BANDEIRAS
AINDA HÁ UM SÉRIO JOGO POLÍTICO POR RESOLVER NESTE PAÍS.
ELEIÇÕES ANTECIPADAS!
E como diriam os irmãos Marx: 'it ain't over 'till the fat lady sings'
ELEIÇÕES ANTECIPADAS!
E como diriam os irmãos Marx: 'it ain't over 'till the fat lady sings'
Mar Português
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, Mensagem
VIVA PORTUGAL
PS - Parabéns Grécia! Para a próxima, levamos um galo de Barcelos feito em madeira, com a gravata do primeiro ministro, cachecóis, bandeiras, buzinas e cornetas, a ver se nos ganham!
domingo, julho 04, 2004
A Caminho da Estrelas
Obrigado ao Abrupto pelo link da missão Cassini-Huygens.
Talvez esta seja uma das razões pela qual é bom vivermos nesta época.
Superfície de Titã
Talvez esta seja uma das razões pela qual é bom vivermos nesta época.
Superfície de Titã
sexta-feira, julho 02, 2004
Sophia de Mello Breyner Andresen
Adeus Musa...
Bebido o luar
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, julho 01, 2004
O Dom da Palavra
Maioria dá legitimidade ao Governo.
Durão Barroso disse, no Conselho Nacional do PSD, que aceitou o convite para a Comissão Europeia com a garantia de que a estabilidade do país não seria afectada.(...)
«Um erro nosso não pode contribuir para pôr o PS no poder», afirmou Durão Barroso, no Conselho Nacional do PSD, onde Pedro Santana Lopes será eleito como presidente do partido.
É curioso, como a utilização do pronome possessivo na primeira pessoa do plural, em vez de o ser na primeira pessoa do singular, consegue fazer toda a diferença.
Mas há que lhe reconhecer a humildade... só menciona 'um erro'.
Durão Barroso disse, no Conselho Nacional do PSD, que aceitou o convite para a Comissão Europeia com a garantia de que a estabilidade do país não seria afectada.(...)
«Um erro nosso não pode contribuir para pôr o PS no poder», afirmou Durão Barroso, no Conselho Nacional do PSD, onde Pedro Santana Lopes será eleito como presidente do partido.
É curioso, como a utilização do pronome possessivo na primeira pessoa do plural, em vez de o ser na primeira pessoa do singular, consegue fazer toda a diferença.
Mas há que lhe reconhecer a humildade... só menciona 'um erro'.
VAMOS A HELLAS!!!!
Esperemos que estas azeitonas não nos dêem outra indigestão (ai ai - ainda por cima com golos de prata, ó caraças)
Ai! que me ia esquecendo!
Porque hoje é Quinta-Feira de uma semana cheia de acontecimentos...
Medir a altura do céu
Pode-se medir a altura do céu, a respiração da terra,
mas tão difícil medir as intenções dos homens!
De aspecto digno, parecem honestos, sinceros
e tanta mentira nas palavras envoltas em mel!
Um simples conselho como 'esconder o nariz'
pode separar quem ama, arruinar famílias.
Nadam peixes no mar, voam aves no céu,
os peixes, no fundo do rio, pescam-se com anzol,
as aves, no alto, caçam-se com flechas emplumadas.
O coração humano, tão próximo, é insondável, indecifrável.
Quem na terra conhecia o coração de Li Yifu
seu rosto sorridente escondia um punhal assassino.
É possível entender a força da natureza,
mas como entender sorrisos, que escondem o ódio?
Bai Juyi, Poemas de Bai Juyi
Vão assim as notícias sobre nós...
Euronews:
Esta é a página de desporto
Esta é a página que se intitula Euro2004
E esta é a página principal
Tirem as vossas conclusões...
Esta é a página de desporto
Esta é a página que se intitula Euro2004
E esta é a página principal
Tirem as vossas conclusões...
Não é que este Blog não celebre Causas Nacionais,
É que este blog está muito preocupado com outro jogo...
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