Tenho sempre a surpresa, e com isso o prazer, de, assim que abro um livro, instantaneamente me ver noutra realidade.
Não é preciso muito, é um momento único, aquele em que, esteja onde estiver, num comboio, num café, num banco de jardim, assim que começo a ler, automaticamente o mundo em meu redor se transforma.
O cenário altera-se, bruscamente, sem que por vezes me dê conta, e quando dou por mim, estou num sítio totalmente distinto, com calor em pleno Inverno, a apanhar chuva em dias de Sol ou a sorrir no meio da tensão do dia-a-dia.
Não me perturba essa alteração súbita. Pelo contrário, agrada-me. Dá-me sempre a sensação, quando fecho o livro, que fiz uma grande caminhada, de um mundo em algum lado, longe, agradável, o qual visito sempre que possível, e sem grandes dificuldades, porque as suas portas estão-me sempre abertas.
Os livros são para mim a fuga do dia-a-dia. O momento em que, livremente, estou onde quero, o tempo que quero, com ou sem companhia, conforme me quero envolver, ou não, com as personagens.
Os livros podem muito facilmente tornarem-se vícios.
quarta-feira, janeiro 04, 2006
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