Estamos a assistir a um fenómeno extremamente curioso. Não sei se será um problema apenas meu, se outros também estarão atentos ao mesmo.
Neste momento, sinónimo de educação é dinheiro... ou por outra: quem tem dinheiro tem educação. O que quero eu dizer com isto: os portugueses são dos povos mais mal educados que existem. Falta-lhes civismo, sensibilidade, respeito, e outras qualidades. Mas, isto não é assim, se o português for rico. Ou seja, a partir do momento em que tem dinheiro (o que se reflecte em carros, roupas, e uma postura um tanto ou quanto arrogante - que muitos identificam como 'estilo endinheirado') fica-se automaticamente habilitado a fazer tudo o que passar pela cabeça: desrespeitar normas de trânsito, por exemplo, o que se justifica perfeitamente, dado que um Audi tem, logicamente, mais prioridade que um Fiat Punto.
São estes portugueses ricos que consideram que o dinheiro traz educação, que normalmente impingem ao resto das massas os mesmos conceitos. E a arrogância passa a substituir a delicadeza e a falta de chá a verdadeira educação.
O mais curioso disto, é um fenómeno chamado Paula Bobone. Uma criatura que por ter um certo estatuto social, considera ser educada, e que tenta passar essa mesma 'educação' ao resto de crédulos que a acha uma verdadeira messias das boas maneiras. Paula Bobone é das criaturas mais mal educadas que existe. Mas devemos até respeitar as suas boas intenções. Não suponho que o seu intento seja ganhar dinheiro a explorar a massa de ignorantes ávidos de conseguir algum estatuto social, mas sim, em nome de um verdadeiro sentimento cristão, ensinar as gentes que vivem em carvernas, a portarem-se como seres humanos.
Mas o que deveria ser realmente curioso, é o facto de muito poucos se indignarem com aquilo que Paula Bobone faz: denegrir as pessoas. Mas não é nada curiosa essa falta de indignação, porque o nosso povo vive para e de aparências. Prefere ser insultado, a assumir que de facto é dele que se está a falar. Aparece bem vestido e não tem que comer. Fala com um sotaque estranho, para se tentar identificar num círculo a que não pertence. Tenta a fama, para tentar pelo menos, fazer parte de algum grupo, já que aquele a que ele ambiciona pertencer, está-lhe vedado.
A verdadeira educação deveria prender-se com o saber respeitar os próximos. Por exemplo: saber respeitar os outros condutores. Não andar obcecado com aprender a segurar uma xícara de café sem o mindinho espetado (confesso que nesta altura, já não sei qual deles é sinónimo de educação).
domingo, março 28, 2004
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