domingo, outubro 31, 2004

Antes do Anoitecer

Disseram-me que era um bom filme. E por isso fui ver. Aliás, não foi só por isso. Eu vi o primeiro da saga, o 'Antes do Amanhecer' e gostei imenso.

Não posso dizer o mesmo da continuação.


in before sunset


O que eu não gostei:

A cena do café demasiado longa e desinteressante.

Os temas de conversa aborrecidos, a acabarem sempre no sexo (talvez uma intenção subliminar do casal demonstrar que estava interessado e do espectador imaginar onde iria aquilo levar).

O inevitável.

O que eu gostei

O filme começar precisamente na minha livraria preferida em Paris

Da banda sonora

Da fotografia.

O que eu acho do filme:

É o retrato da mania irritante que as pessoas têm de se agarrar a situações mal resolvidas no passado e por causa disso serem incapazes de levar uma vida adiante. E com isso, impedirem outras pessoas de levarem a vida adiante.

Os medos e os atalhos que as pessoas tomam até decidirem fazer alguma coisa.

Podem dizer-me que é a vida real que ali se retrata. E de facto é. Mas eu quando vou ao cinema, gosto de ter uma alternativa à vida que levo.

Estrangeirices

É verdade... já me esquecia...
HAPPY HALLOWEEN




In MSN-Blue Montain e-cards

MUHAHAHAHAHAHA


Porque Gosto Mais Desta Estação

Porque é a única altura na nossa vida, em que nos dão qualquer coisa sem termos que pagar por isso. Ou seja, uma hora a mais para ser gozada, dormida, aproveitada.

De resto... na melhor das hipóteses, procurando muito, muito, muito, lá no fundo algum optimismo, está tudo como antes...

sábado, outubro 30, 2004

E esta?

Se não é O COISO a abrir-nos os olhos, passava-nos tudo ao lado!

Essa é que é essa!

Betos No Metro

Eu pensei que eles fossem uma raça extinta, ou em extinção. Aqueles que eu conheci na minha adolescência eram iguaizinhos aos que hoje encontrei no metro. Exactamente da mesma idade, com o mesmo género de roupas, com a mesma maneira de falar.

Por momentos, pensei que em vez de ter entrado na carruagem certa, tinha, sem querer, caído numa porta astro-temporal, que me levou anos atrás e me pôs frente a frente com aquele casal.

Mas não... no passado, não existia ainda a estação da Baixa-Chiado. Mas lá estavam eles, os 'betos' a tratarem-se por 'você', com os seus quinze, dezasseis aninhos, e eu a pensar que de facto, eles não se extinguem... e pelos vistos continuam a andar de metro...

c'est la vie.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Sexta Feira de Cinzas

O Desesperado entrou na estação. Aos 50 anos e sem emprego, sem dinheiro para dar de comer à família, sem perspectivas de futuro, achava-se capaz de qualquer coisa. E naquela altura era-o. Roubara uma pistola, carregada. Na tropa tinham-lhe ensinado a atirar, lembrava-se bem.

O Suicida estava na estação. Aos 30 anos, mal tinha emprego, uma formação superior que não lhe servia de nada. Vivia com os pais, mal e porcamente. Tanto esforço para nada. Trabalhava a contratos mensais, sem garantias, com um ordenado de 540 euros, que nem para alugar uma casa davam. Não tinha perspectivas de futuro. Estava, no entanto, preparado para decidir de uma vez o rumo da sua vida. E aquela estação vazia, serviria tão bem com qualquer outra para isso.

O Desesperado topou o Suicida. O Suicida topou o Desesperado. Viu-o a aproximar-se lentamente, olhar tresloucado. Fingiu que o ignorava. Com aquele gajo ali, não ia poder fazer nada.

Não foi sem espanto que o Suicida sentiu a pistola do Desesperado na cabeça.

'Estou Desesperado! Não faças nada, ou arrependes-te!' E o Suicida pensou que aquilo era ideal. Morrer, sem ter que carregar com as culpas, sem levar consigo o peso de consciência de ter abandonado a mãe.

'Ai não que não faço!' , disse o Suicida, olhando de esguelha para o Desesperado, mesmo assim sem mexer a cabeça.

'O quê?! Queres morrer?!'

'Ah pois quero! Dispare, homem!'

'Está doido?! Porque é que quer morrer?!'

'Isso é assunto meu! Porque é que me quer matar?'

'Não sei, não sei. Sou capaz de fazer qualquer coisa. A empresa onde trabalhava fechou e nunca mais recebo o subsídio de desemprego. Nem tive direito a indmenização. 30 anos de dedicação para nada... Estou com 50 anos, tenho um problema de coluna. Onde é que vou arranjar um emprego que me ajude a manter a minha família? Matar-me não é solução, não posso deixar a minha mulher e os meus filhos. E se for preso, ainda recebo algum dinheiro que me pode ajudar a mantê-los... e você?'

O Suicida encolheu os ombros:

'Na mesma. Sem mulher e sem filhos, por isso, não preciso de me preocupar muito. Não tenho perspectivas de vida. Acabei um curso e não encontro emprego para aquilo em que estudei. Só arranjo trabalhos de contratos mensais. O que ganho nem sequer dá para juntar, ou para alugar uma casa. A vida, para mim, já não me serve de muito. Não tenho perspectivas. Não tenho objectivos.'

O Desesperado baixou a arma e suspirou. O Suicida meteu as mãos nos bolsos e suspirou. Não sei se algum deles morreu nessa tarde.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Parar por Odivelas

De novo o metropolitano de Odivelas, mas agora a variante são os acessos. A Sofia Domingues, de Odivelas, envia um mail em que chama a atenção para o seguinte problema:
'à entrada da calçada de Carriche o parque do Sr Roubado criado à meia dúzia de meses apenas tem capacidade para um nr muito reduzido de automóveis o que faz com que os utentes tenham de estacionar por fora do dito parque (cima dos passeios e das áreas possíveis) a policia desde a semana passada e tendo conhecimento deste problema resolveu multar todos os veículos, isto ocorreu quarta, quinta e sexta passada, cada dia foram multados mais de 1000 veículos, o que é uma festa para a PSP e isto porque sabendo de antemão que as pessoas mesmo que queiram colocar os seus carros lá dentro (e este parque é GRÁTIS) não o podem fazer sendo obrigadas ou a traze-lo para Lisboa ou a estacionar indevidamente.'

A ver quem mais diz o quê.

Quinta-Feira

E se falhei o eclipse, não falho desta o dia.

Apeteceu-me Álvaro de Campos. Um excerto.

Vem, Noite antiquíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro do silêncio, Noite
Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito.

Vem, vagamente,
Vem, levemente,
Vem sozinha, solene, com as mãos caídas
Ao teu lado, vem
E traz os montes longínquos para o pé das árvores próximas,
Funde num campo teu todos os campos que vejo,
Faze da montanha um bloco só do teu corpo,
Apaga-lhe todas as diferenças que de longe vejo.

Todas as estradas que a sobem,
Todas as várias árvores que a fazem verde-escuro ao longe.
Todas as casas brancas e com fumo entre as árvores,
E deixa só uma luz e outra luz e mais outra,
Na distância imprecisa e vagamente perturbadora,
Na distância subitamente impossível de percorrer.

Álvaro de Campos



Urbano Lugris, Acantilado, in IES Urbano Lugris

Mea Culpa Mea Culpa

Vergonha. Profundo embaraço...

Não vi o eclipse. Ainda pensei que conseguiria aguentar até às duas da manhã, mas qual! que a idade não perdoa... de consciência pesada e coração triste, vi as belíssimas fotos que a Sónia colocou no seu blog.

Pode ser que hoje tenha mais sorte... e menos sono...

Das Mesquinhices e Afins

É inacreditável o clima de denúncias que se anda a instaurar no nosso país.

A TVCabo passa anúncios nos canais a dizer que as caixas bláblá não podem ser pirateadas que se nós soubermos de alguém que tenha uma, que denunciemos.

Nas salas de cinema, antes do filme começar aparece um anúncio a dizer que é crime gravar o filme que está a passar, e que se alguém vir, que denuncie.

Porque é tudo feito na ilegalidade. E por isso, o crime deve ser denunciado. E a denúncia funciona como algo de honesto e correcto.

É certo que a pirataria é criminosa. Mas quem nunca pirateou na vida? Quantos nunca passaram para cassetes (e agora para cd's) álbuns inteiros? Não é isso crime? Quem nunca fez algo ilegal?

Eu não! (nunca se sabe quem é que pode estar a ler isto...)

terça-feira, outubro 26, 2004

Como se ganham os torcicolos

Basta fazer como eu:

Ficar de olhos postos na lua nesta quinta-feira e deslumbrar-me com o eclipse total.


Eclipse Lunar in mr.eclipe.com


Se não, só daqui a três anos!

E esperemos que não chova...

Cá Por Cima, Tudo Tranquilo

A foto do dia...


Titã, a Lua de Saturno, in NASA


Já chegámos tão longe...

Lisboa é Democrática

Isto é a visão bonita da coisa.

A visão mais dramática é aquela do ditado que reza que 'não há duas sem três'. E a que é que eu me refiro:

- Aos buracos.

Primeiro o buraco no Marquês de Pombal que iria dar origem a um túnel. Agora o túnel do Rossio que irá dar origem a um buraco.

Para não parecer ave de mau agoiro, vou dizer que o outro buraco (o terceiro) foi ali o do Terreiro do Paço.

Daí o título deste post: a democracia do buraco. Estende-se a quase toda a Lisboa.

A verdade é que não tarda, temos que olhar bem para onde pomos os pés. Ainda corremos o risco de nos distraírmos e lá vamos parar a umas quaisquer ruínas romanas, por aqui por baixo...

E depois não se podia recuperar mais nada por causa lá das questões do património histórico e por aí fora...

segunda-feira, outubro 25, 2004

Rio, 40º


Rio de Janeiro in Riotur


Fosse ela de outra maneira... Como nos poderia cativar?

BRASIL
Cazuza

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
Apagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes d'eu nascer
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
Apagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes d'eu nascer
Não me sortearam a
garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim
Ver TV a cores na
Taba de um índio
Programada pra
Só dizer sim, sim
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim
Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim
Brasil mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil qual é o teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim,
Confia em mim Brasil

sábado, outubro 23, 2004

Zeca Baleiro e as Noites Cariocas

Directamente do Rio de Janeiro:

À parte dos malvados teclados brasileiros, onde uma pessoa se vê grega para encontrar os símbolos, vir ao Brasil é sempre um prazer. Não de todo usufruído graças ao tempo que se perde, para tentar escrever de forma perceptível no blog.

As Noites Cariocas, lugar de tertúlia dos intelectuais cariocas nos anos 60 reabriu as suas portas. A tertúlia terminou, mas o lugar está lá, no Pão de Açúcar, sobre a baía e com vista para Nosso Senhor, que suponho se ressente de estar de costas para a animação da discoteca. Mas o Senhor é omnipotente, terá feito orelhas moucas ao tema do 'heavy metal do Senhor' que o Baleiro tratou de se fazer ouvir até ao Leblon, mas certamente presenciou o resto do concerto. O Senhor e alguns 500 cariocas, bem como portugueses (em menor quantidade, mas não menos entusiasmo).

A sociedade carioca (era alguma, pois estavam a ser fotografados à entrada do recinto) e que este humilde gato ignora e desconhece, apiriquitou-se toda para aplaudir o músico. Enquanto o Baleiro cantava 'você trais a lenha pru meu fogo àcendê', eles discutiam entusiasticamente o que era sexo e o que era travesseiro. Nada que em Lisboa não se fizesse, mas é para mim um sacrilégio perturbar as actuações do Baleiro, principalmente a primeira a que eu assistia.

Considerações à parte, o Noites Cariocas oferece uma vista deslumbrante, com bancos espalhados pelo espaço e almofadões à moda do Lux. Já a discoteca em si, não é muito grande, mas está muito bem arejada. A música toca à brasileira (uns decibéis acima do que estamos habituados) mas é uma verdadeira experiência passar uma noite, a ouvir música e ver o Senhor de braços abertos para o mundo, os aviões a aterrarem, a baía, brilhante, iluminada e os morros cobertos de luzinhas, como uma árvore de Natal.

Já a chegada à discoteca é mais aventureira, uma vez que tem que se tomar o bonde (aquele que se toma quando se visita o Pão de Açúcar) e dado o bondinho ser todo envidraçado, parece que estamos prestes a experimentar a famosa tirolesa, uma vez que nos lançamos no espaço. Apesar de estarmos com os pés bem assentes no chão do transfer, a verdade é que não se pensa tanto assim, quando vemos o chão a alguns metros abaixo de nós.

Quanto ao Baleiro, o inédito que tocou nesta noite, foi um brinde, um regalo e um tesouro. Hoje não consigo ronronar nem miar. Dei cabo da garganta.

domingo, outubro 17, 2004

Pelos Caminhos de Portugal

Regresso de um Domingo no Alentejo, para constatar o óbvio:

Por mais regras de trânsito castradoras, punitivas que se façam, nada se vai resolver.

Talvez resolvesse obrigar os indivíduos que querem a carta de condução a fazerem teste de foro psicológico, para perceber até que ponto serão eles potenciais perigos rodoviários.

O mal de muitos portugueses é que conduzem exactamente como levam a sua vida: eles primeiro e os outros depois. O carro deles primeiro, e o dos outros depois. A cabeça deles não consegue alcançar que existe vida para além da deles. Que existem pessoas para além do umbigo deles. O civismo, que seria uma cadeira muito interessante de ser leccionada, desde a escola primária, é coisa que, tal como na escola, não existe para os portugueses.

Até haver uma mudança de mentalidade, não haverá mudança de comportamento. Haja as regras que houver.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Viver em Paz

A vida em Lisboa era tão mais pacífica se fosse eliminadas as seguintes situações:

- Portas automáticas que não abrem, quando nos prostramos frente a elas, e é precisamente no dia em que temos mais pressa.

- Gente gorda que se coloca no meio das escadas rolantes, sem o mínimo de intenção de se moverem, precisamente no dia em que temos mais pressa.

- Gente pastelona que nos passeios mais estreitos, e quando a rua está cheia de carros a avançarem furiosamente, marca passo alegremente, como se estivessem a tentar bater o record do ralentando, precisamente no dia em que temos mais pressa.

- Obras que enchem um passeio inteiro, deixam um espaço de dois milímetros para passar, tendo logo um automóvel, regra geral mal estacionado, que obriga a que uma pessoa vá para a rua, para poder caminhar.

Ora eu, como pedestre, como pessoa que anda, sem qualquer dificuldade (entenda-se eu consigo, mas não nesta cidade) já tenho problemas, que dizer dos deficientes? Quando não têm espaço para uma cadeira de rodas, quando se são cegos, a muito custo conseguem caminhar nos passeios em segurança.

Não dizia aí um slogan da Câmara Municipal 'Lisboa, Boa de Viver'? Sem dúvida, para quem tem asas.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Talking about 'Fair Play'?

Vitória retumbante, depois de um empate vergonhoso.

Certo, certo, isto são coisas que todos nós sabemos e das quais não vale a pena falar. Quando muito celebrar. Pergunto-me se alguém estaria à espera disto para ver se de alguma forma o ruído mudava de direcção, mas não me parece que seja o caso.

No entanto, achei lamentável o comportamento do treinador da selecção russa, que às tantas, de acordo com o que foi anunciado, abandonou o recinto do jogo.

Mesmo que a derrota fosse certa e incontornável, o facto de ter abandonado o jogo, deixou ainda mais os jogadores 'à nora'. É coisa que se faça? Eu acho que não.

Quinta-Feira, é quase fim de semana

Uma pausa para descontrair.

Com o ancião da margem do rio

O coração dos homens deseja ouro e jade,
a boca dos homens cobiça vinho e carne.
Não é assim o velho da margem do rio,
bebe da sua cabaça, satisfeito com tão pouco.
A sul do rio corta lenha e erva,
a norte do rio levanta paredes, um telhado.
Por ano, semeia apenas uma jeira de terra,
na Primavera puxa dois bezerros,
dia a dia, entre lides e canseiras, tranquilo,
despreocupado face aos problemas do mundo.
Encontrei-o, por acaso, caminhando na margem do rio,
conduziu-me ao lar, alojou-me na choupana.
Na despedida, de regresso ao mercado e à corte,
o ancião perguntou por meu salário, meu ofício.
Duvidou, sorriu e disse:
'Os mandarins da corte não dormem em choupanas'.

Bay Juyi

quarta-feira, outubro 13, 2004

O Poder Dos Pedregulhos

Esta notícia da BBC World explica como é que a queda de um asteróide não só deu origem ao lago Bosumtwi no Ghana, como conseguiu arrasar uma vegetação tropical, podendo explicar, desta forma, o clima que existe actualmente em África.


Down through the clouds: The crater was made just over a million years ago (Image: Nasa/LPI) in BBC News

Ó pró tamanho do bu'aquinho

Os Quartos Extras

Anda aí a correr uma boa nova que reza que quem tiver uma casa alugada com quartos a mais, que deve pagar mais por isso.

Apregoam a qualidade de vida, melhores condições para os portugueses e para aí fora. No entanto, consideram legítimo que se pague mais por se ter mais um quarto, uma assoalhada, que a ver bem as coisas é supérflua.

É supérfluo, sim. Aliás, viverem em casa quatro pessoas, com três quartos e uma sala é que é o ideal. Sem haver um espaço onde alguém possa ter um pouco de silêncio, um escritório onde se possa trabalhar em paz, até mesmo estudar. Perceba-se: qualidade de vida.

Aliás, qualquer dia, também andamos a pagar extras porque temos duas televisões, em vez de uma, um frigorífico e uma arca congeladora, em vez de apenas um, um telemóvel por pessoa, e livros a mais! qualquer dia devemos pagar por livros a mais, pois para além de contribuirmos para a desflorestação, os livros são caros. Também qualquer dia, entra-nos uma brigada porta dentro e vem ver a marca dos electrodomésticos. Se por ventura for de uma marca mais cara, paga-se. E é melhor parar de dar ideias.

Já não nos basta termos que pagar tudo e mais alguma coisa, com IVAs e valores acrescentados ainda vamos ter que pagar extras sobre aquilo que pagamos.

Já agora: o meu carro tem quatro portas e quatro rodas, só para uma pessoa. Vou ter que pagar um extra também?

Uma Santa Fúria

O vulcão do Monte de Santa Helena está a entrar em erupção...

Vejam só a violência...


Vulcano World


Mais Informações em:
Vulcano World
U.S. Geological Survey

terça-feira, outubro 12, 2004

Se Este País Fosse Um Filme

Chamar-se-ia a 'Rosa Púrpura do Cairo', com a variante que a maioria das personagens saía da banda desenhada e não da tela.

Episódio I:
O Vizir que quer ser califa no lugar do Califa:

in Iznogoud - La Page Non Officielle

segunda-feira, outubro 11, 2004

É Pá!!! Ganhei Um Prémio!!!!

O Tiago, do Melhor Anjo atribuiu ao meu post Domingo é Dia Santo, o prémio poética do quotidiano (XXVI).

Obrigada! No meresco! No meresco!

Insistir

A lêr no 'Público' de hoje:

A Brutalidade Dum Governo Perigoso
Por EDUARDO CINTRA TORRES


'Estes são tempos tenebrosos para o país'

Comunicado de Santana Lopes

Gostei:
- Do ar seráfico com que deu as boas novas
- De garantir a estabilidade
- Das 'gaffes' durante o discurso
- Do tom paternalista, como se fôssemos todos burros, ou infantis
- De vir falar do 25 de Abril...sem mencionar a história da 'Evolução'

2 pontos pela representação: esforçada, mas mal conseguida.

Continuo a achar que é melhor estarmos atentos. Se em 3 meses fazem isto, o que será daqui a dois anos?

domingo, outubro 10, 2004

Fui Ver Um Filme


in thefilmfactory.co.uk

Mas não posso nomeá-lo. Nem dizer onde o fui ver. Nem quanto custou o bilhete... Pensando bem, está-me a querer parecer que nem sequer o devia ter visto...

mmmh... também acho que não devo dizer isto...

Domingo é Dia Santo

Esta manhã tocam-me à porta de casa. Dois envangelizadores estão ali, parados, a sorrir para mim:
- Bom dia! - Diz um deles
- Bom dia. - Respondo eu.
- O meu nome é Elder e este é o meu irmão Elder.
- Olá Elderes, como estão?
- Bem, obrigado. Temos uma mensagem de Jesus Cristo para si. Pode dispensar-nos alguns minutos?
- Eeeeh... por acaso, agora, agora, não me dá muito jeito. Pode ficar para outra altura? Jesus Cristo tem tempo, não é? Afinal, já por aqui anda há dois mil anos...
- Pois... pronto... certo...

sábado, outubro 09, 2004

Que vos parece?

Santana assumiu perante PSD que iria intervir na comunicação social.
O primeiro-ministro abreviou a sua ida aos Açores e está a preparar uma comunicação ao país, que não revela se é sobre o "caso Marcelo". No seu primeiro conselho nacional como líder do PSD, Santana assumiu que queria mudar os equilíbrios nos meios de comunicação social.


Não sei bem porquê, lembrei-me de uma canção escrita há muitos anos por Sérgio Godinho, que a certa altura dizia assim

'E se algum dia toda a música acabar
se se acabar de partir
o espelho que faz cantar
preparai-vos meus amigos
que será dia de escuro
de temporais desabridos
dum Inverno bem mais duro
do que este que está a passar
se a música se acabar
se a música se acabar
se a música se acabar'


Sérgio Godinho, O Homem dos Sete Instrumentos

Tontices...

Começar a Agir

Sem alarmismos. É melhor começarmos a despertar e ver e pensar no que se está a passar.

A cada cabeça a sua sentença.

Leia-se
no Aviz os posts 'LIBERDADE.' e 'POR EXEMPLO'
no Abrupto post 'UMA NOTÍCIA DOS BLOGUES IGNORADA PELA COMUNICAÇÃO SOCIAL'
no Expresso On-Line

Caríssimos Concidadãos Utentes dos Transportes Públicos

Está mais do que na altura de ponderarem a compra de carrinhas de 12 lugares entre diversos grupos e passarem a utilizá-las entre vós. Apesar de ser um investimento caro, será certamente mais barato se o comprarem a gasóleo, e compensará em muita coisa.

Porque?

Porque:

- Deixam de perder tempo em transportes públicos ineficazes, caros, lentos, pejados de gente e que muito raramente vão até ao destino pretendido.

- Deixam de pagar o passe social que ainda por cima vai aumentar, mostrando a profunda aptidão deste governo para dar cabo da vida económica das pessoas.

- Passam a ter mais qualidade de vida, pois passam a chegar certamente mais cedo a casa e ao emprego, sem terem que passar entre 30 a 60 minutos à espera de um autocarro que nunca virá, ou presos no metropolitano que avariou mais uma vez.

Quanto à questão do passe social, acho muito bem que se pague mais se os utentes forem indemnizados por:
- cada vez que um autocarro se atrasa;
- cada vez que o autocarro não vai para o destino certo, pelo que tem que se esperar por outro que ignoramos se virá ou não
- Por cada transporte público que o utente tenha que apanhar para ir de casa para o emprego e vice-versa, contabilizando sobre isso o tempo que perde todos os dias.
- Por cada vez que o metro se avaria, deixando presos ou pendurados milhares de passageiros.
- Pela informação enganosa que é fornecida pela Carris nos painéis electrónicos e nas tabelas afixadas nas paragens.

Por um serviço de qualidade deve pagar-se. Pela ineficácia dos ditos 'transportes públicos' (uma piada) os passes deviam ser de graça.

No dia em que qualquer um dos membros do governo passar a utilizar qualquer destes meios de transportes habitualmente, por certo que compreenderão do que é que eu falo.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Quinta Feira de Cinzas

The Great Day

HURRAH for revolution and more cannon-shot!
A beggar upon horseback lashes a beggar on foot.
Hurrah for revolution and cannon come again!
The beggars have changed places, but the lash goes on.

William Butler Yeats

Balanço

E agora?


tsf

Tenham Medo, Tenham Muito Medo - Parte III


lord of the rings.net


This is just the beginning

E não me parece que haja uma grande preocupação com a Opinião Pública

quarta-feira, outubro 06, 2004

Tenham Medo, Tenham Muito Medo - Parte II

A Birra dos Ministros.

Alguém neste Governo se esqueceu que ser primeiro ministro é estar na berlinda, e que as críticas viriam de qualquer maneira.

Mas deve também compreender-se que aqueles que estão apenas habituados a serem louvados na imprensa cor-de-rosa não saibam lidar muito bem com a crítica.

Isso está tudo muito bem, se fossem personagens da Quinta das Celebridades. Mas pelos vistos na Quinta Nacional, as coisas passam-se de outra maneira. Faziam melhor se se preocupassem com coisas sérias, como o estado caótico em que está o país, em vez de coisas mesquinhas como 'calar o professor'.

Será isto indicação de que não sabem como resolver os problemas?

Ou será isto indicação de algo bem mais sério, e quem sabe, bem mais grave?

A seguir vão calar quem?

Tenham Medo, Tenham Muito Medo

Está a chegar o Domingo...


Marcelo Rebelo de Sousa, foto: Rádio Renascença


Mais uma noite de mentiras e ódios...

Rumores indicam que como forma de combater a influência do 'professor' aos Domingos à noite, um representante do Governo poderá passar a estar no mesmo horário, na SIC, a criticar em tempo real o que diz Marcelo Rebelo de Sousa. A RTP1 por seu turno estará a tentar conseguir ter nesse horário um elemento de cada partido de esquerda, mas parece estar a ser complicado, devido à recusa do novo Secretário-Geral do PS em não compactuar com os outros partidos da oposição.

Mas que Linda Praga!

Algumas ironias da vida:

No Notícias de Aveiro aparece a seguinte informação: Os ministros do Ambiente e da Agricultura já devem ter recebido no correio dos últimos dias um apelo à intervenção urgente para livrar o rio Vouga, em Aveiro, de uma praga de jacintos de água.
A Associação de Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira (ADACE) alerta numa carta enviada aos governantes que este tipo de planta aquática reproduz-se com grande facilidade, sendo uma séria ameaça para a fauna e flora que já atingiu as localidades vizinhas de Requeixo e Espinhel.


Notícias de Aveiro

É pena que algo tão bonito, faça tanto mal...

terça-feira, outubro 05, 2004

Anos80stalgias - Parte II

Foi com a música dos anos 80 que cresci. Tive a sorte de ter acompanhado a explosão (para não utilizar o boom inglês - Afinal hoje é dia 5 de Outubro e foi por causa deles (em parte) que isto se deu.)

Cresci ao som dos Táxi, dos Diva, dos Xutos (gloriosos sobreviventes), GNR, Grupo de Baile, Mler if Dada, Heróis do Mar, Pop dell'Arte e tantos outros.

Hoje encontrei por puro acaso um chamado 'O melhor de' Essa Entente...


Essa Entente in Rock Português Alternativo dos Anos 80

Título curioso para uma banda que apenas editou um álbum... e não inclui, sequer, o famoso 'La Féria' que eu infelizmente não tive o prazer, ainda, de conhecer.

Alguns links para quem quiser mais tarde recordar a Música Portuguesa dos Anos 80:

- Rock Português Alternativo dos Anos 80

- Música Portuguesa - Anos 80

E ainda o post do Nuno Carrolo no Céu Sobre Las Vegas, dedicado à compilação editada há algum tempo, pela Ama Romanta

Eu, por mim, estou aqui a passar um grande momento...

Pois...

«Não temos sido felizes. Falta-nos uma vitória, mas ela vai acontecer. Se o meu lugar está em perigo? Penso que a SAD tem confiança no meu trabalho. Sei que esta equipa tem qualidade», afirmou José Peseiro no final da partida com o União de Leiria (2-2), no «flash-interview» da Sport TV.


Também há quem espere que D. Sebastião regresse numa manhã de nevoeiro...

segunda-feira, outubro 04, 2004

O Monte de Santa Helena

Há forças incontroláveis, a que nenhum poder, ordem, ou força humana consegue impor-se.

O Vulcão do Monte de Santa Helena, que está quase a entrar em erupção é uma delas.





Mount St. Helens National Volcanic Monument

Fatalmente belo.

Hã??

Fazem-lhe bem os arzinhos de Bruxelas!


in tsf.pt


domingo, outubro 03, 2004

Final de Tarde em Belém

Um lindo por de sol pintou o céu de encarnado e rosa, com nuvens iluminadas, também elas coloridas.

As gaivotas pairavam no espaço. Deviam ter uma vista magnífica naquele momento. Invejáveis as gaivotas. Atrás de mim, o Monumento dos Descobrimentos tinha como pano de fundo a Ponte velha, a começar a iluminar-se.

Por um momento, os carros passaram devagar, quase como se também eles se dessem conta de que estavam a presenciar um entardecer magnífico.

Anoitecia, quando passeei lentamente pela rua à frente do Mosteiro dos Jerónimos. Desta vez a fonte estava iluminada. Sentei-me num dos bancos e fiquei a beber a minha cidade. É minha. O cheiro, a cor, a luz. Pertence-me. Eu pertenço-lhe de volta.

Boooom.... Não era bem com isto que eu estava a contar

echoandthebunnymen.jpg
You're all about the music. Not too incredibly
mainstream, but not too incredibly underground.
It's awfully hard for anyone to oppose you,
seeing as how you rule.


What band from the 80s are you?
brought to you by Quizilla

Mas até gosto bem da música deles...

sábado, outubro 02, 2004

O Drama da Educação

Não é apenas a colocação dos professores que causa o verdadeiro drama a que assistimos actualmente na educação.

Uma reportagem que acabou de passar na SIC Notícias, revela que oito escolas privadas tiveram as melhores médias de notas no 12º ano, contra duas escolas públicas.

A meu ver, é perfeitamente natural que uma escola privada apresente excelentes resultados. Quem pode pagar uma educação secundária privada aos filhos, e atenção, digo 'pode', não me refiro a sacrifícios, também pode dar uma excelente educação em casa, que passa por acesso a livros, a viagens, a escolas de Verão no estrangeiro e sei lá que mais.

Agora que apenas duas escolas públicas registem as melhores notas, é um drama. É dramático ver que o ensino que abrange a realidade do país não regista melhores resultados. Venham dizer que a culpa é dos professores, que a culpa é dos alunos.

A culpa é da falta de interesse em querer formar as pessoas. Não há interesse em investir nelas. Tanto dá ao ministro a, b, ou c que o aluno x y ou z seja um crânio. Que possa vir a ser um grande investigador, um excelente gestor, um pintor de renome, um pullitzer, ou seja o que for. Se não tiver dinheiro e não for ele próprio a cuidar de si, não interessa. É um fardo pesado a educação.

Depois anda Jorge Sampaio muito preocupado com as crianças que não têm escola. Vistas bem as coisas, as crianças não têm escola. Não lhes são dadas as bases necessárias, para poderem chegar ao 12º ano e escrever correctamente, terem um mínimo de conhecimento e de pensamento educado que as ajude a assimilar outros conhecimentos.

Afinal, que andamos a fazer? Andamos a formar incultos e analfabetos, que possam enfileirar as filas do desemprego, da função pública, de um sector privado, sem terem mais perspectivas de futuro que o conseguirem chegar ao fim do mês com dinheiro?

É esse, afinal, o grande objectivo nacional? Governar pela mediocridade? Para que os medíocres que ocupam agora lugares de chefia não sejam suplantados? E queremos desenvolvimento, assim? No fundo, no fundo, não passamos de um país de caciques cuja mentalidade colonialista, à falta de alternativas, é bem aplicada neste quintalzito à beira mar plantado.